sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A difícil arte de ser humano e gerenciar os conflitos e as incoerências dos sentidos... que por vezes nos enganam tanto.


O que é ser HUMANO se não um amontoado de sentimentos coabitando em um mesmo espaço, disputando para ver qual vai prevalecer?
Sentir... é por isso e para isso que vivemos. E ainda que as desculpas sejam articuladas, bem elaboradas, justificadas... não importam. É para o sentir que agimos, pensamos, decidimos que caminho seguir e que escolhas fazer. Às vezes os nossos instintos nos confundem. Confundem muito, pra falar a verdade.
Mas tudo se torna simples quando encaramos honestamente o alvo dos nossos desejos. Quando os encaramos e o compreendemos, mudamos de posição em relação aos conflitos e passamos a ter uma relação mais coerente e responsável conosco mesmo e com os que fazem parte da nossa vida pois nos damos conta que sempre agimos com o intuito de satisfazê-los.
Todos nós somos 100% responsáveis por tudo o que nos acontece e por todas as escolhas que fazemos. E todas elas são motivadas pura e exclusivamente pelos nossos desejos, pelo que queremos.
Ahhh... imagino que os possíveis leitores já pensaram em inúmeros fatos que acreditam que não dependem de cada um de nós, assim como em frases do tipo: “mas eu não tenho escolha!”
Me recuso e discursar sobre o quão falha é essa justificativa. Pois é a forma mais cretina de eximir-se da responsabilidade sobre a escolha do próprio caminho e consequentemente sobre as consequências.
É importante compreender que nós, humanos, somos desejo, medo e incoerência - somos outras coisas também, mas principalmente essas - e que a mente humana mantém-se ocupada em construir mecanismos para burlar os sentidos, a fim de encontrar um conforto, ou um estado confortável da consciência para enfim construir ou validarmos juízos sobre nós mesmos.
É interessante a forma articulada como buscamos esse deleite e corremos desesperados da dor, da frustração dos nossos ideais sobre nós mesmo e principalmente dos nossos medos.
Poderia até dizer que é, de certa forma, inteligente! Mas não sábio.
Ser sábio é ser simples. Ser inteligente é ser simples. Mas parafraseando Krishnamurti em um de seus discursos sobre a consciência, “ser simples é extremamente difícil”.
Ser simples é não ser confuso. Não ser confuso é ser claro. Ser claro consigo mesmo é ser honesto. Ser honesto é ter coragem. E ter coragem, não significa não ter medo. Ter coragem significa enfrentar os medos, encarar os fatos e ser integro fazendo o que tem de fazer para o mal menor.

Nisso consiste em VIVER COM VERDADE.

Do contrário a vida se arrasta... tortura e torna-se uma aventura irresponsável consigo e com os que te circundam.