terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A escritora

Fico triste por saber que tenho um blog e raramente tenho um tempo livre para escrever nele. É uma pena mesmo.
Mas eu deveria mesmo escrever com frequência, pois histórias e causos não faltam. Ah, se eu pudesse contar o que acontece em minha vida. Certamente teria uma penca de leitores. São história dignas de boas novelas. 
Sim, minha vida se parece muito com uma novela, cheia de emoções e novidades. Desconheço o ócio, a mesmice e a rotina. Na verdade estou carecendo de um pouco disso tudo. Mudanças, projetos, correria... essa é a minha vida. 
Eu acho (só acho!) que eu deveria ser rica só para ter mais tempo disponível para me dedicar a ler meus livros e transformar minhas histórias reais em ficção.
No dia do Natal encontrei meus parentes e dentre eles minha querida e estimada prima Michelle. Ela é uma daquelas primas que tem quase a mesma idade e uma super afinidade. Crescemos juntas e temos muitas lembranças boas de nossa infância e juventude. Além disso a admiro muito. Ela é uma daquelas pessoas que são engraçadas e inteligentes ao mesmo tempo (meu tipo de pessoa favorita). Entre muitos assuntos ela me disse que, segundo sua opinião, eu deveria me tornar uma escritora. Pois minha vida daria bons livros e eu escrevo muito bem. 
Considerando que Michelle para mim possui uma super credibilidade, acariciei aquele sonho e desejo de viver para escrever e de escrever para viver. 
Não sei exatamente em que momento da minha vida perdi minha inspiração, mas suspeito que tenha sido após ingressar no curso de filosofia da UNB. Ainda bem que já saí e agora me sinto motivada a escrever novamente. Uma possível explicação para esse fenômeno é o fato de que um aluno do curso de filosofia, após um certo tempo, não consegue mais se dar ao luxo de se permitir escrever algumas asneiras. Ou até mesmo a expressão “eu acho”, que sai mais doída que um cravo inflamado (quando sai!). Na filosofia rola um paradoxo, pois você não pode achar nada, pois tudo já foi achado antes e se você achar a mesma coisa, mesmo que sozinho, já é plágio. Pelo menos eu acho isso e sem nenhum peso na consciência. 
Eu gosto de escrever exatamente como o pensamento se forma em minha cabeça, como se estivesse tentando pescar uma ideia legal. Tem uma hora que a vara enverga e nessa hora eu sei que pesquei alguma coisa.
Mas a vida é dura pra caramba. É um dia atrás do outro na batalha pela sobrevivência, na corrida pelo conforto, pela dignidade, pela identidade que se perde nos apelos sedutores da sociedade capitalista.
Que me atire a primeira pedra que nunca sonhou em acordar todos os dias sem preocupar-se com as obrigações profissionais, com os compromissos, as contas e as pendências. Certamente não sou a única. 
Por isso viver para escrever custa muito caro. E eu ainda não estou rica! Escrever requer tempo e tempo é meu recurso mais escasso. 
Como já é tarde e eu deveria estar dormindo, vou parando por aqui, mais uma vez sem dizer especificamente nada no meu post. Mas e daí, o post é meu e o blog também!!!