sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Castelo dos Pirineus

Passeando por meus arquivos, encontrei esse escrito em um dos 300 "diários que guardo. Pois é... pra quem pensa que diário é coisa de menininha adolescente e apaixonada, saiba que é mesmo! Mas também é coisa de gente que adora investigar a si mesma e que não quer perder os melhores pensamentos e reflexões, conhecendo a fundo a própria essência. O máximo da autenticidade é sempre revelada entre linhas privadas, onde não há censura, nem críticos, nem mediadores.
O mais interessante (ou coincidência?), é que esse escrito fala sobre um livro que estou relendo agora e que gostei muito. É impressionante como cada vez que lemos a mesma coisa ela ganha mais significados. Isso reafirma a minha crença de que todas as coisas possuem infinitos significados e eu tenho uma fome insana para desvendar todos eles.
Nessa minha releitura percebo ainda melhor o trabalho de pesquisa do escritor, que utilizou como referência nos "devaneios" dos personagens muitos conhecimentos das religiões sapienciais, que também possuem abordagem espiritualista, conceitos da filosofia decartiana e estudos científicos da física quântica. Está sendo muito mais gostosa essa segunda vez! :)  
Vamos ao escrito.

Brasília, 06/02/2011

“Quanto a gente dispõe a se abrir para alguma coisa, algo se abre para a gente... o passarinho não entra na casa quando as janelas estão fechadas”.
Acabei de ler o livro O castelo dos Pirineus de Jostein Gaarder. A mensagem mais interessante que tirei do livro foi a frase acima que dentro do contexto da história faz um sentido enorme.
Percebi que estou aprendendo poesia e literatura com os escritores. Depois de tantos anos me alimentando de música e literatura, consigo finalmente me deslumbrar enxergando por uma outra ótica essas formas de arte. 
O livro que acabo de ler fala especialmente sobre fé, num contexto espiritualista. Como todo livro de Jostein, as histórias não possuem um fechamento, dito, conclusivo. Ou seja, não são histórias com começo, meio e fim como normalmente encontramos nos livros. Mas isso está totalmente de acordo com o contexto do tema “filosofia”, uma vez que a história é algo infinito do ponto de vista Histórico!.
Mas, enfim, o livro fala sobre fé de uma maneira até muito racional, por mais contraditório que isso pareça. A história do livro inspira muitas reflexões sobre a realidade, a origem de todas as coisas desde o big-Bang até a origem da “consciência” ou da autoconsciência. Interessante!

Interessante a maneira como nos acostumamos a “ser” e não nos damos conta nem mesmo do quão enigmática e fantástica é essa existência do ser “eu” e da consciência.
Estou com sono, mas gostaria de conseguir descrever por mais algumas linhas os meus pensamentos.
É tudo muito mais que isso. Viver, levar a vida, vivenciar experiências e escrever histórias no livro da vida com suas interpretações contextualizadas... é muito mais que isso.
É muito mais que estar certo, que o que se sabe, que o que se acredita... é tudo muito mais que isso.
Tudo faz parte de uma grande cadeia ou teia a qual todos estamos engendrados em seus contextos muuuuuito maiores do que se pensa.
Existir significa muito mais que isso e a grandeza de se existir está justamente aí, nesse auto encontro e auto melhoramento.
Por que? Será que estou errada? Quantas certezas e definições inúteis e carcereiras eu carrego no pescoço como medalhas? E quantas incoerências absurdas me fizeram agir de forma injusta, cruel e insensível comigo e com os outros em nome de minhas certezas e convicções?
O que gostei mesmo nesse livro foi o que foi dito sobre a fé. É difícil ter fé sem um contexto, pois eu tenho um: A VIDA!


Final feliz?



Acredito que em algum momento, pelo menos grande parte das pessoas já parou para imaginar-se como um personagem de um filme – o filme da própria vida. E como protagonista e telespectador ao mesmo tempo, sente e avalia a história, antevendo cenas, finais felizes e recompensas.
Eu e minha querida irmã, em nossas muitas conversas filosóficas e irreverentes, nunca deixamos de reverenciar a trágica influência dos filmes de sessão da tarde que muitas ex-crianças de hoje, passaram boa parte da vida assistindo. Eu e ela, pelo menos, assistimos muitos.
Como protagonista do meu filme, eu e muita gente que conheço, ainda carregamos o vício do final feliz, quando tudo dá certo e é esclarecido, o vilão se dá mal e o mocinho legal é recompensado das injustiças e fraudes.
Pois é... quando a gente cresce e a vida nos obriga a perceber que não existem finais de filme, pois depois do final do filme a vida continua e nem sempre as injustiças são reparadas, nem sempre o mocinho é recompensado e o vilão que sacaneou o mocinho, só por que tinha inveja das virtudes genuínas dele, tem a punição justa, vem o sentimento de frustração e fragilidade.
Na vida real o vilão nem sempre é vilão e o mocinho nem sempre é mocinho. Na vida real, o ser humano é dotado de muito mais complexidade e facetas, que nos filmes “trashs” de sessão da tarde. Ninguém é totalmente legal ou malvado.
Na vida real, sou vilã de mim mesma e mocinha ao mesmo tempo. E o final feliz depende mais da forma como eu encaro as coisas e com o que faço com elas do que como o mundo e as pessoas se movem.
Grande parte das patologias humanas são decorrentes de enfermidades psicológicas, viciações, falta de amor próprio...
E deixarmos levar pela vida como barcos a deriva, sem filtrar cada estímulo interno e externo, é o mesmo que estar a mercê e aceitar o que vier de braços abertos, seja algo bom ou um lixo qualquer.
É que raciocinar dá trabalho, dá preguiça. Avaliar cansa, dá fadiga... é muito mais fácil ir como a letra de Zeca pagodinho: “Deixe a vida me levar, vida leva eu...” 
Parece, mas não é tão simples assimilar o óbvio. Não importa o que você faça, as coisas podem ou não dar certo e se não derem certo, não dá pra ficar esperando o final feliz.
Gostaria de não ter assistido nenhum desses filmes idiotas, que tatuaram meu inconsciente com esse vício de que tudo dá certo no final.

Devaneios de uma pessoa romântica em um dia nublado.

É... hoje é um dia nublado. E em dias nublados o inevitável acontece. Nostalgia e emoções à flor da pele.
Me enquadro em todas as definições de complexidade e paradoxos do ser humano (que poderiam também ser chamados de normalidades), mas em dias nublados as coisas se acentuam e se revelam com tamanha e impressionante intensidade. Tinha perdido o hábito de escrever, pois por algum tempo me sentia desconfortável com a exposição. Escrever sobre o que sente é revelar-se entre as linhas e as letras... As vezes é melhor alimentar qualquer imagem de qualquer persona interessante.
Mas as máscaras não me agradam muito... pelo menos não por muito tempo. Nem as minhas, nem as dos outros... coisa cansativa.
As vezes me canso de existir... tenho certa náusea da vida. Literalmente! E a vida é tão bela, tão cheia de maravilhas. Mas existe o “Eu” confuso, o EU que deseja e o EU que trilha esse inevitável caminho para a evolução, para o desenvolvimento e que por isso esse EU sofre.
Falar de sofrimento dá muito pano para maga... não quero me alongar nesse assunto sofrido.
Se a dor existe no desprazer e também no prazer e sei lá mais aonde, poderia então discursar por horas sobre como essa dor habita nos vários âmbitos da minha vida.
E ao pensar nas próximas palavras, eu caio de novo na questão do paradoxo humano. Ainda me pego com essa racionalidade iminente. Uma pseudo racionalidade que tenta a todo custo fazer aquela parte tola da gente entender as coisas (a parte tola, no caso, me refiro ao coração ou a emoção, enfim... a parte que sente involuntariamente ainda que não queiramos sentir).
Me sinto tão ignorante quando paro pra pensar nessas coisas. Caraca! Não entendo quase nada dessa sistemática. Só sei que sinto e sinto que sinto e sinto que não quero sentir o que na verdade quero sentir também... tipo isso.
Não, não me rotule uma pessoa confusa. Esse caos também acontece na sua cabeça, que eu sei! Você só optou, ao contrário de mim, por algum mecanismo eficiente pra dizer pra todo mundo que você é maduro, prático e racional (ou não). Já que ser maduro, pratico e racional (ou bem resolvido – as pessoas adoram dizer que são bem resolvidas sobre qualquer coisa) confere algum status nas relações.
A gente só se vê com o espelho! E o espelho pode ser o outro. E esse outro nos revela também enquanto revelamos o outro.
Mas o triste de quando pensamos em chamar alguém pra conversar sobre algum assunto de que precisamos falar, é antever tudo o que a pessoa vai te dizer. Daí não precisa mais chamar. Converso comigo mesma, então! Já tirei várias provas disso.
Outra coisa triste de quando pensamos em dizer para alguém tudo o que sentimos (em relação a essa pessoa), é perceber que essa mesma pessoa não é capaz de compreender o que você sente, mesmo que ela diga que sim (é só pra não parecer insensível), mas o corpo e o olhar da pessoa estão dizendo pra você que é tudo boiolice sua. :/
Bom, não passei tanto tempo fazendo coach para adentrar no “vitimismo”, na “lambição” de feridas. Mas até que ficar nostálgica é gostoso! (Então, o paradoxo!)
Difícil explicar para algumas pessoas que elas não falam apenas com as palavras. Aliás, as palavras são o que me dizem menos. As pessoas falam com o olhar, com os gestos (principalmente os espontâneos que são mais reveladores) com o corpo e também com o silêncio. Então, não tente me enlouquecer tentando me fazer acreditar em alguma coisa que você está dizendo, mas que não demonstra em nenhuma de suas atitudes, gestos e olhares.
Eu não vou acreditar, mas vou ficar querendo acreditar, já que adoro acreditar nas pessoas, principalmente que elas são legais e estão cheias de boas intenções.
Então, é o “ó” quanto percebemos tudo isso, esclarecemos tudo na nossa cabeça, mas o resto de nós demora a compreender.

Enfim, adoro começar uma ideia e não me sentir na obrigação de concluir... Tenho que ir. Não vou prometer voltar em breve, mas vou tentar.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A difícil arte de ser humano e gerenciar os conflitos e as incoerências dos sentidos... que por vezes nos enganam tanto.


O que é ser HUMANO se não um amontoado de sentimentos coabitando em um mesmo espaço, disputando para ver qual vai prevalecer?
Sentir... é por isso e para isso que vivemos. E ainda que as desculpas sejam articuladas, bem elaboradas, justificadas... não importam. É para o sentir que agimos, pensamos, decidimos que caminho seguir e que escolhas fazer. Às vezes os nossos instintos nos confundem. Confundem muito, pra falar a verdade.
Mas tudo se torna simples quando encaramos honestamente o alvo dos nossos desejos. Quando os encaramos e o compreendemos, mudamos de posição em relação aos conflitos e passamos a ter uma relação mais coerente e responsável conosco mesmo e com os que fazem parte da nossa vida pois nos damos conta que sempre agimos com o intuito de satisfazê-los.
Todos nós somos 100% responsáveis por tudo o que nos acontece e por todas as escolhas que fazemos. E todas elas são motivadas pura e exclusivamente pelos nossos desejos, pelo que queremos.
Ahhh... imagino que os possíveis leitores já pensaram em inúmeros fatos que acreditam que não dependem de cada um de nós, assim como em frases do tipo: “mas eu não tenho escolha!”
Me recuso e discursar sobre o quão falha é essa justificativa. Pois é a forma mais cretina de eximir-se da responsabilidade sobre a escolha do próprio caminho e consequentemente sobre as consequências.
É importante compreender que nós, humanos, somos desejo, medo e incoerência - somos outras coisas também, mas principalmente essas - e que a mente humana mantém-se ocupada em construir mecanismos para burlar os sentidos, a fim de encontrar um conforto, ou um estado confortável da consciência para enfim construir ou validarmos juízos sobre nós mesmos.
É interessante a forma articulada como buscamos esse deleite e corremos desesperados da dor, da frustração dos nossos ideais sobre nós mesmo e principalmente dos nossos medos.
Poderia até dizer que é, de certa forma, inteligente! Mas não sábio.
Ser sábio é ser simples. Ser inteligente é ser simples. Mas parafraseando Krishnamurti em um de seus discursos sobre a consciência, “ser simples é extremamente difícil”.
Ser simples é não ser confuso. Não ser confuso é ser claro. Ser claro consigo mesmo é ser honesto. Ser honesto é ter coragem. E ter coragem, não significa não ter medo. Ter coragem significa enfrentar os medos, encarar os fatos e ser integro fazendo o que tem de fazer para o mal menor.

Nisso consiste em VIVER COM VERDADE.

Do contrário a vida se arrasta... tortura e torna-se uma aventura irresponsável consigo e com os que te circundam.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Amor livre


Há algum tempo queria falar sobre isso. Mas não havia encontrado referências para escorar minhas reflexões sobre esse tema. Após algumas pesquisas e leituras deste polêmico assunto, compartilho com vocês, caros leitores, um pouco de minhas reflexões.

Você já ouviu falar em Poliamor???

Encontrei uma definição para isso no dicionário Wikipédia: ” Poliamor (...) é a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos, não devendo no entanto ser confundido com pansexualidade.
Poliamor é frequentemente descrito como consensual, ético, responsável e não-monogâmico.”
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Já em um site de Portugal que fala sobre esse assunto, encontrei essa definição: ”Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente. “
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É um tema que acho interessante desde... quase sempre.
Recentemente encontrei uma tese de mestrado que fala sobre isso e também estou achando muito interessante. (Para quem tiver curiosidade: run.unl.pt/bitstream/10362/5704/1/Tese Mestrado Daniel Cardoso 16422.pdf)

Há pouco mais de dois anos eu sai de uma relação que durou mais ou menos sete anos. Me lembro que pensava sobre isso, mas não conseguia imaginar que poderia ser normal para alguém. Mas para muitas pessoas é.

Antes que me julguem, caros leitores, tentarei explicar mais ou menos o que entendi até o momento.
Vivemos em uma sociedade de cultura monogâmica e heterocêntrica (adorei essa palavra!) que valoriza um determinado modelo de relacionamento e por que não dizer, de amor. Recentemente vimos em uma novela da Globo, a história de um homem que mantinha três casamentos com mulheres simultaneamente, entretanto, sem o consentimento delas. Era comum ouvir todos os juízos acerca disso como algo abominável. “Uma safadeza”. Isso deixa claro o que é estabelecido pelo nosso padrão moral e comum na sociedade.

Mas o que podemos falar sobre o amor? Será que somos seres programados biologicamente para amar apenas uma pessoa? E mais! Somos programados para amar “até que a morte separe” a pessoa, e somente ela, que nos apaixonamos, até, sei lá, sempre? Sendo este o caso, todos que escapam desse padrão podem ser considerados anormais ou pessoas com problemas?

Existe um modelo “bonitinho” e bem vendido de relacionamento amoroso que não contempla diferenças e tampouco a complexidade humana e da vida. Se você possui um relacionamento, seja namoro ou casamento, e se encanta por outra pessoa é por que você é um# safad@. Ou talvez você não ame mais a pessoa com quem se casou! Será?

A cultura, a religião e a moral da sociedade dita as regras para que você se sinta normal e bom. Tudo papo furado!!! Tão papo furado, que se observarmos bem, constatamos que vivemos na sociedade do divórcio, do casa/separa, da infidelidade... "Ah, os homens traem mesmo!!!" Não é isso que ouvimos desde que somos crianças?

Enfim, a multiplicidade nas relações amorosas é algo que sempre existiu e não precisamos de muito para constatar.
A grande questão é que tudo isso pode causar muito sofrimento. As pessoas agem balizando suas escolhas na satisfação e na não dor. Mas não conseguem se libertar dos padrões ao escolher o caminho que decidem seguir.

Todos esses e muitos outros, digamos, argumentos, foram a justificativa dessa galera adepta a filosofia do Poliamor. Se é que posso me expressar dessa maneira para me referir a essa prática.

Imagine-se em uma relação amorosa. Ok, pense na sua relação amorosa, caso tenha uma. Pense no que essa relação significa pra você. Segurança, no sentido de você não estar só? Responsabilidade, no sentido de terem que cumprir papéis? Status, no sentido de posição na sociedade? Encantamento, no sentido de você sentir-se iluminar da presença da outra pessoa? O que sente?
Fomos ensinados a acreditar que na vida encontraremos um amor que se for sincero, nos bastará e não desejaremos nada mais do que temos, nenhuma outra pessoa. Fomos ensinados a acreditar que quando nosso pensamento se encanta por outra face, devemos refutar o sentimento em nome do compromisso sentimental previamente acordado com a pessoa que temos ao nosso lado. Só que não. Por que seriamos assim apenas em relação ao relacionamento amoroso e em mais nada em nossa vida? Conseguimos gostar de diversos sabores de sorvete, de diversas cores, de diversos amigos e familiares... Não temos que escolher entre nosso pai e nossa mãe ou entre dois ou mais irmãos, ou entre nossos filhos... mas no relacionamento amoroso temos que estar aprisionados afetivamente, ou aprisionarmos a outra pessoa.
Não quero com isso dizer que todas as pessoas passam a vida se enamorando de todo mundo que cruza o olhar. Mas acredito que seja possível que uma pessoa se enamore de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e que isso não significa que deve abrir mão de uma pela outra. Também não significa dividir o amor, pois o amor não é uma coisa que possuímos e damos a alguém e portanto ficamos sem. O amor é algo tão intangível e mágico que quanto mais damos, mais temos. O amor é um sentimento que quanto mais, melhor.  
Quer dizer que posso odiar várias pessoas que é "normal", mas amar, devo amar apenas uma? Ah, ta... eu posso até amar duas pessoas, mas tenho que escolher uma delas por que certamente apenas um amor é verdadeiro e o outro é apenas uma ilusão! E daí? Qual seria o problema se fosse isso? E quão apta está uma pessoa para discernir sobre isso no interior de seus sentimentos e desejos? A felicidade sentida se realizado fosse o desejo de viver as duas relações (considerando esse exemplo), seria menos legitima? Ou seria impura e inadequada? 

Julgadores, se ainda tiver algum por aqui, cuspa pra cima se for capaz!!!
Ok! Não estou fazendo uma apologia a não-monogamia, entendam bem para não serem levianos em seus julgamentos. Estou fazendo uma apologia ao livre amor. Ou seja, se você encontrou o seu príncipe encantado (ou princesa) e está muito bem assim não sentindo inclinação para múltiplos afetos, maravilha! Seja feliz em sua relação monogâmica! Mas compreenda que o fato de se sentir assim, não exclui o fato de outras pessoas não se sentirem e isso não significa que são promíscuas ou safadas ou até mesmo confusas. Entretanto, se você considera como uma boa possibilidade pra você a prática do poliamor e deseja viver dessa forma, ótimo! Seja feliz como for.   

Certa vez, enquanto vivia um relacionamento, fiquei dividida entre duas pessoas.
Me vi com pouquíssimas possibilidades e optei por me separar do relacionamento em que estava para viver essa nova história, uma vez que a traição não era uma alternativa por mim aceitável. A pessoa que estava comigo na época sofreu e por isso também sofri. A outra pessoa se viu com uma enorme responsabilidade diante do cenário. Mas foi a escolha que julguei menos pior. Entretanto, ainda pensava na pessoa que deixava e também em como seria maravilhoso se pudesse não ter que fazer essa escolha. Ficaria feliz em “me dividir” entre os dois relacionamentos, pois todos ficariam felizes e eu não teria que arcar com o peso da escolha. Eu sinceramente gostava das duas pessoas, mas a história mal resolvida (da nova paixão) me causava mais inquietude no momento em relação ao outro relacionamento, que embora tivesse muito afeto, estava em um momento mais estável. Pois então fiz minha escolha, vivi minha história, que não deu certo (diga-se de passagem) e no final das contas fiquei “sozinha”. Triste fim? Imagina! Triste fim seria se eu engolisse essa angústia para sempre e morresse com a questão mal resolvida. Fiz o que tinha que fazer e arquei com as consequências. Estava em paz, embora carente. É claro que não ficou por isso mesmo. Depois reatamos, eu e o “antigo” e permanecemos por mais uns 6 anos. Durante esse tempo cogitei inúmeras vezes a possibilidade de vivermos em uma relação “diferente”, mas essa alternativa era sempre vista como “não me ama o suficiente” ou “isso pra mim é traição” ou “como assim, eu não te basto?”...
 
Depois que me separei, jurei para mim mesma que nunca mais me casaria novamente, pois gostaria de poder viver um amor livre, ou seja, de não me sentir prisioneira da necessidade de alguém de se sentir amado e exclusivo em uma relação. Mas até o momento, não conheci pessoalmente nenhuma pessoa que tenha ideias semelhantes as minhas.

 E você? Já pensou sobre isso? Já pensou que a pessoa que está ao seu lado pode ter desejos secretos de se envolver com outra pessoa ou quem sabe ela até já se envolva escondido de você?

Bom, gostaria de escrever mais sobre isso. Mas já está tarde e preciso dormir.
Deixo aqui algumas referências do conteúdo que encontrei e prometo voltar e retomar o assunto.
  





http://www.poliamor.pt/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poliamor
http://www.polyportugal.blogspot.com.br/2013/05/poliamor-na-revista-activa-de-junho-de.html

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Um post que não diz nada

Não quero ser redundante. Mas terei que falar novamente do tempo e culpa-lo pela minha ausência. Ele tem brincado comigo... corre e para, corre e para. E eu corro atrás dele e às vezes paro nele... enfim! Cá estou. Próprio como sou!
Talvez queira compartilhar muitas palavras, que de tanto tagarelarem em minha mente me confundem a por fim nada dizem. São assim as mentes tagarelas. Clamam por ouvidos pacientes. Ah, se não fosse o “papel” – e o teclado! As canetas jamais serão capazes de acompanhar o ritmo dos meus pensamentos. Até queria que fossem.
É por isso que hoje vou falar, falar, falar e não vou dizer nada. Sim, isso é possível... e sou boa nisso!
Se pudesse revelar tudo o que penso, eu juro, revelaria. Mas penso que não seria bom.  As vezes é melhor calar... Mas a mente não cessa, não cansa e não se cala. Quisera eu amordaça-la de vez em quando. Quisera eu. Quisera eu conformar-me em ser simplista, enquadrada, previsível... quisera eu! E quisera eu ser rasa... ahhh, quisera eu!
E há quem diga que sou complicada. Pobres, que me julgam sem saber de mim. É que é difícil sem simples e complexa ao mesmo tempo. É difícil ser humano em terra de ideais tão perfeitos. É difícil admitir o sentir como valioso em terra de veneração a razão. A razão é tão segura não é mesmo??? Ela sempre tem razão. Ou não! Quem dera eu fosse assim, tão segura de mim ou pelo menos fingisse bem! Se bem que sou segura de minhas incertezas. Sou segura de minhas dúvidas e inseguranças... Sou segura de minha complexidade e de minha fragilidade. Sou segura de meus medos e angústias também!!! Ah, que bom que sou segura de mim!
É tudo uma questão de perspectiva. De onde quer me ver? De onde você quer SE ver? Então, quem escolhe ser? O que tem pra hoje? 
Bom, pra hoje tem cachoeira... água abundante caindo sem parar... inexoravelmente.  Tem aquela sensação inexplicável que só eu sei como é.  Nem boa nem má. Intensa! Simplesmente intensa.  Daquelas que apertam o peito como se alguma coisa fosse acontecer. Mas não sei o que é. Não faço ideia.
Ah, quantas reticências! Até me irritam um pouco. Detesto quanto ficou muito reticente! Prefiro quando estou mais para hiperbólica! Pelo menos é mais divertido.
Bom, já que não disse praticamente nada hoje, termino também sem conclusão alguma.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Metade



Hoje resolvi compartilhar esse vídeo do Oswaldo.
Não só por que é lindo, mas por que descreve muito bem a mim e aos meus sentimentos.
Ahh... sentir! Sentir é uma das minhas especialidades.

Nunca conheci, pessoalmente, uma pessoa com a qual me identificasse nessa característica.
Sentir intensamente, viver intensamente, como um vulcão, como um incêndio, com as vísceras...
Não reprimir as alegrias, nem as angústias e ser capaz de vivê-las ao mesmo tempo. Ter uma péssima relação com o tempo... ah, sempre o tempo (e seus prazos) que não me deixam relaxar sempre que desejo!
Aliás, como já disse certa vez, o problema não é o tempo, são os prazos. "Temos todo o tempo do mundo".
Enfim, nunca conheci alguém que se parecesse comigo, que não fosse artista, músico ou escritor. Bom, não tenho nenhuma habilidade musical (apesar de arrasar no chuveiro!) e com a escrita posso dizer que não sou das piores.
Entretanto, me faltam muitas habilidades com essas técnicas.

O que sobra... o papel e este espaço para partilhar.

Mas hoje não vou escrever muito. Tenho que ir dormir agora.
Em breve volto com mais atualizações.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Aprendendo com cada coisa...

São as nossas contradições que nos oportunizam as grandes descobertas acerca do nosso ser. Enquanto estamos confortáveis vestidos com a roupa e a máscara do personagem que criamos para viver as relações sociais, não há a dor da contradição. Há apenas o regozijo do sucesso do mecanismo... Enquanto dá certo, está tudo bem. Quando não dá certo, tenho uma escolha a fazer: Ou revejo meu sistema de crenças ou invento outro mecanismo mais eficiente para proteger o meu ego da frustração. Um gera aprendizado verdadeiro, pois a revisão requer análise e a análise parte de uma consciência. Já o outro acontece de forma automática, numa ação desesperada do inconsciente evitar a dor.
Recentemente ouvi uma crítica a meu respeito que me fez repensar a maneira como me relaciono. Ouvi que quando falo, falo do lugar da experiência, como se fosse uma velha. Mas sou jovem demais e deveria utilizar outra linguagem, uma vez que por ser jovem, deduz-se que não tenho tanta experiência quanto pessoas mais velhas e portanto não deveria me comunicar como tal.
No momento em que ouvi, não consegui compreender exatamente, qual era a questão x da crítica. Era a forma como eu me portava ao falar, era a fala em si, era o exemplo que dei...
A sensação foi desagradável. Receber uma crítica nunca me causa sensações agradáveis e acredito que em ninguém.
Depois, me vi sentindo aquele incômodo e repensando os fatos que ocasionaram a crítica. Então considerei o contexto. E sabia que desse incômodo, sairia algum aprendizado qualquer.
Então me lembrei da brecha crítica, ou seja, da brecha que existe entre o que um fala e o que o outro ouve e comecei a compreender muitas coisas.
Enfim, não importam, para esse momento, os caminhos que percorri para abrir essa oportunidade de aprendizado dentro de mim.  O importante mesmo é que não saí de mãos vazias dessa situação.
E o que eu aprendi? Aprendi como funciona o meu instinto para a reação quando recebo uma crítica. Fui capaz de comparar com momentos que vivi antes de passar pelas experiências do coaching e perceber os caminhos que percorrem os meus pensamentos. E a partir disso, descobri um pouco mais sobre quem eu sou, desnudando as defesas da vergonha de perceber que se está equivocado sobre si mesma.
Minha conclusão não é fechada. Não dou razão nem a crítica, nem a mim. Não importa quem está certo. O que importa é o que o momento oportunizou e a forma como lidei com essa situação. Posso supor que do lugar de onde saiu a crítica, não há espaço para o reconhecimento do outro como melhor em qualquer quesito. Assim como posso supor que em alguns momentos transpareço arrogância. Seria leviano fazer um julgamento sobre isso.
Percebo que para algumas pessoas, reconhecer o valor do outro significa colocar-se em posição inferior. Nas relações corporativas, percebo isso de forma as vezes doentia, prejudicando a equipe e as pessoas.
O coaching vai além de uma formação profissional, ou um cursinho que você faz. O coaching é um estilo de vida, praticado constantemente nas relações interpessoais e intrapessoais a fim de tornar o indivíduo mais consciente de si mesmo e consequentemente mais liberto dos próprios vícios de pensamento.
Bom, é o que temos pra hoje... até mais ver!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Questões de uma mulher moderna

Eu sabia que um dia usaria isso aqui como um diário!!!

A moça tecelã de Stella

É que ao me referir a "mulher moderna", aliás, a UMA mulher moderna, tomei a mim mesma como referência. 
Há tempos não escrevo nada de cunho pessoal. A vida tem uma tendência a se tornar tão impessoal, quero dizer, tudo tem sido tratado de forma tão metodológica que me vem esse sentimento de impessoalidade. Não sei se me expresso bem ao dizer assim. Parece um julgamento radical.
Mas voltando a mulher moderna, pressupõe-se que me vejo de tal modo. E me vejo, ora! Me vejo inserida na vida frenética, no bombardeio de estímulos e repleta de aspirações e desejos. Me divido entre a mãe, a profissional, a estudante, a esposa, a pessoa social, a pessoa íntima, a pessoa da fé... E no palco da vida vivo todos esses papéis, hora um, hora outro, hora vários.
Vivo o arquétipo da mulher moderna que tenta resgatar a loba, a sacerdotisa e a sábia. Pois nesse palco não tem coxia e nem espaço para muitos ensaios. É quase tudo "na improvisão".
Me pergunto sobre o tempo. Duro e lascivo, arrebata e como disse Viviane Mosé, "me come por trás", ou comia, por assim dizer, já que agora me conformei com esse desfrute e até gosto. 
O fato é que descobri que sou ativa na relação e sou eu quem quero comê-lo. Mas não por trás, que não me apetece. E como não sou sádica, quero ganhá-lo, conquistá-lo, namorar com ele. Quero ter espaço nessa relação sem sufocamento, intrigas, ciumes e nem possessividades. Tudo bem, aceito dividi-lo (sempre gostei da ideia de uma relação aberta).  
Quero ter uma relação aberta e de troca, como deve ser qualquer relação de troca ideal. 
Tenho observado essa problemática do tempo e muitas outras no âmbito das relações. Mas vou falar de mim. Ah, hoje vou falar de mim!
Vou falar da mulher quase balzaquiana, com tanta história pra contar que mais parece uma anciã. Se me sentasse numa cadeira de balanço e começasse a contar, terminaria por consumir toda a vida na "contação" e gastaria todo o calço da cadeira. 
Em contrapartida a anciã que habita em mim divide espaço com uma jovem moça brejeira, faceira  guerreira... E por que não imatura? Aliás, diria, ingênua, diria inocente, diria - boba - as vezes tola, as vezes torpe. Do tipo que fala bobagens, faz caretas  e se passa por adolescente. 
Ambas coabitam a dividem as tarefas no palco da vida. E pasmem, não brigam e nem disputam o senhor Tempo. Fizeram um combinado e desde então dividem o mesmo parceiro. Parceiro este tão desejado que todas as minhas facetas o querem loucamente!
O pior é que não quero abrir mão de nenhuma delas e elas não querem abrir mão de mim.
Todas querem mais que sobreviver, querem se deliciar com cada minuto possível com esse amante tão maravilhoso. O tempo.
O tempo para namorar o meu amor. E me deleitar com cada dor e delícia de uma relação. O tempo para "lamber minha cria" como uma tigresa, ou seria uma leoa com seu filhote entre as patas rosnando para mostrar o perigo e para o perigo. 
Tempo para as viagens literárias e gozos intelectuais. Tempo para os mais saborosos debates filosóficos regados a um bom vinho e... deixa pra lá. Tempo para o dolce far niente (tão escasso!). Tempo para considerar que todas as possibilidades existem e posso escolher todos os dias o que escreverei em minha linha do tempo. E que a vida pode ser tão simples e intensa, tão doce e tão dura. 
E assim vou tecendo a vida, indo e vindo no dondolare ritmado com meu frenético coração. 


  


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Deduções


Hoje falarei um pouco sobre deduções. Tenho percebido de forma muito clara como funcionam os mecanismos mentais nesse processo. 
Entendo como dedução, uma conclusão baseada em argumentos lógicos. Do ponto de vista do raciocínio lógico, se existir duas premissas consideradas verdadeiras que se complementam, é possível concluir um terceiro fato, ou seja, uma terceira premissa também verdadeira. Todavia, para que seja considerada verdadeira a conclusão, as outras premissas não apenas devem ser verdadeiras, como também devem respeitar determinada lógica. 
Entendo também como dedução, uma combinação de crenças, modelos mentais e julgamentos. Falando do ponto de vista do coach, observar o modo como as pessoas fazem suas deduções é uma oportunidade de identificar suas forças e fraquezas e consequentemente as ameaças e oportunidades iminentes. É, sim, um SWOT pessoal contemplativo, que parte da percepção e obviamente inevitavelmente do julgamento do coach. Falar de julgamento por parte do coach pode soar agressivo ou pretensioso  Mas acredito que o julgamento, ou melhor, o juízo é inerente ao ser humano. Com isso afirmo que não acredito que seja possível o indivíduo observar a realidade a sua volta sem que seja por trás das lentes de seu juízo ou diria, do seu condicionamento, por mais discernimento que o indivíduo tenha. O que de fato acontece com o coach, em relação aos juízos, é a suspensão destes no ato de observar para que a interpretação e a assimilação da realidade não seja limitada e condicionada a apenas um ângulo de visão. O coach (teoricamente) exercita e treina a suspensão do juízo para consequentemente ser capaz de contemplar mais possibilidades de uma realidade qualquer. 
Uma vez suspenso o juízo, a primeira dedução lógica sentida pelo coach é considerada por ele mesmo  como apenas uma dedução lógica (ou seu juízo) e não como uma verdade inquestionável e permeadora de ações futuras. 
O fato é que existem muitos enganos nesse processo de dedução e seja qual for a premissa verdadeira, ela não importa tanto quanto o esquema que gerou a dedução. Este sim deve ser investigado, pois dele partirá um aprendizado sobre si (o coachee e também o coach).

A dedução, como manifestação inconsciente de crenças e modelos mentais, também pode ser observada como mecanismo de defesa do ego, uma vez que este carece de certezas e afirmativas que justifiquem suas vontades e as ações do indivíduo. Então, para se sentir confortável, o ego elege algumas premissas como verdadeiras e a partir disso faz as combinações lógicas gerando as conclusões também consideradas como verdadeiras. 
O aprendizado acontece quando há o rompimento dos esquemas, ou seja, quando o indivíduo consegue confrontar tais premissas e constatar que não há mais lógica na combinação. A partir daí o processo deixa de ser inconsciente e passa a ser racionalizado oportunizando a crianção de novos esquemas ou a liberdade consciente (aprendiz efetivo).

Todos vivemos diversos condicionamentos. Afinal, sem eles seria impossível fazer coisas como dirigir ou escrever, por exemplo. Mas dirigir e escrever são condicionamentos treinados de forma consciente, cujo objetivo final já era esperado enquanto a maior parte dos esquemas que dizem respeito àquela parte subjetiva do indivíduo (a do sentir e reagir) foram simplesmente programadas ao longo da vida de maneira inconsciente.

É por essas e outras que recomendo a todos o processo de coach como um boa maneira de revelar-se a si mesmo. 

E como sempre afirmo, conhecer a si é conhecer o caminho da verdade.

Sem mais por hoje!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Aprender com quem está aprendendo


Durante toda a minha vida profissional, tive a oportunidade de lidar com muitas pessoas, em diversos contextos e situações. Minha primeiríssima experiência profissional foi aos treze anos de idade, com vendas, que é algo que exige extremo jogo de cintura. Mas parece que para mim, esta habilidade foi nata. Logo depois, me aventurei por uns oito anos na área de eventos infantis e pude exercitar uma outra habilidade, o empreendedorismo. Além dessa, pude experimentar o gosto que é lidar com o público, como centro das atenções em todas as animações de festas. Já me fantasiei de muitos personagens infantis da época e brinquei com muitas crianças nessas festinhas. O que mais gostava era de me vestir de palhaça Roupa Nova e representar o esquete. Daí nasceu o gosto para o teatro, que se tornou um sonho até eu acordar e mudar de ideia em relação a ele.  E então eu, cresci. Ganhei a maioridade e não queria mais ser palhacinha de festa. Decidi me enquadrar no sistema. E foi muito difícil entrar na caixinha e tentar na adequar de maneira aceitável a algumas regras do mundo corporativo tradicional. E até hoje dou lá minhas cabeçadas por pensar demais.
Minha experiência profissional após a maioridade me oportunizou estar muitas vezes diante de uma “plateia”, não necessariamente um público teatral ou convidados de uma festa. 
Não tinha esquetes cômicos e nem palhaçadas.  Mas algumas vezes abria um espaço para algumas brincadeiras. E meu público não era mais formado por criancinhas, mas sim por profissionais do ramo de telemarketing, que necessitavam de aprimoramento. 
Então por algum tempo estive ali, no palco, treinando-os da forma mais lúdica que poderia fazer, ingenuamente, com a crença de que estaria apenas transmitindo alguns conhecimentos e informações de como se poderia ser melhor ou fazer melhor o que estava sendo feito.
O que eu não tinha ideia era do quanto estava sendo valiosa e enriquecedora para mim aquela experiência. 
Nada melhor que um pouco mais de amadurecimento e alguns processos de coach para se dar conta do quanto cada oportunidade é uma bela oportunidade para aprender algo. 
Hoje, trabalhando com adolescentes e maravilhada com a riqueza dessa troca, consigo potencializar esse processo para que ele seja mil (ou sei lá quantas) vezes mais proveitoso e lindo.
E isso acontece por que consigo aprender com eles o tempo todo.  Aprendo com o olhar, aprendo com as perguntas, com suas reflexões e descobertas, aprendo com suas histórias.
E é uma delícia!
Com eles aprendo também sobre meus limites, minhas fraquezas... E consigo me ver em seus olhos e sentir o que eu sentia e também o que não sentia.
Triste deve ser ter a crença de que tudo sabemos.  Se está cheio de saberes não se abre espaço para aprendizagens. E se tem algo que posso dizer que sei, é que não há limites para a aprendizagem por que as coisas não são estáticas. Tudo se movimenta e muda o tempo todo. Grande parte dos saberes são informações velhas. 
E informação por informação, eu compro uma enciclopédia e está resolvido.

Acredito que valha a pena parar e pensar no que cada experiência da vida ensinou ou pelo menos oportunizou. Até parar pra pensar nisso eu não tinha ideia do quanto me serve tudo que aprendi nas experiências que julgava serem as mais "nada a ver" com o meu projeto de vida.

E aí, você tem um projeto de vida?

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Verdades ou ilusões?

Apesar da vontade, não atualizei com a frequência que gostaria. Essa semana foi bem agitada e estou muito feliz com as vivências que tive.
Dentre elas, uma palestra sobre o coach e qualidade de vida. Em resumo, sobre benefícios do coach para o educador (em especial). Pude explicar como o processo de coach pessoal foi interessante em minha vida, seus benefícios e perspectivas. Falei um pouco também sobre a teoria do coach ontológico, que despertou o interesse de algumas pessoas e por último, fiz algumas dinâmicas para provocar a reflexão.
Uma delas, sobre o autoconhecimento, deixou as pessoas excitadas com as recentes descobertas e impressionou muita gente. Mas a que mais gostei do feedback foi na dinâmica do epitáfio. Essa dinâmica consiste (resumidamente) em fazer com que as pessoas reflitam sobre o que é de fato importante em suas vidas, como se não mais as tivessem. É incrível com é provocante.





Enfim, hoje trouxe essa frase de Nietzsche, um dos filósofos modernos mais interessantes que temos.  Verdades ou ilusões, o que deseja para hoje?
Primeiramente, o que é verdade e o que é ilusão?
Para o próprio Nietzsche a verdade é apenas um ponto de vista. E eu diria mais, a verdade é apenas o nome que damos a um fato ou uma realidade que validamos como real.  Ou seja, observamos a realidade, damos sentido a ela (de acordo com o nosso condicionamento) e a esse sentido chamamos de verdade, tanto que agimos de acordo com ele.
Então a ilusão seria quando há um equivoco em relação a alguma verdade? Ou acontece quando há confusão nos sentidos a ponto de não ser capaz de distinguir a realidade dos fatos?
Então ilusão não necessariamente se opõe a verdade, visto que não é necessariamente uma mentira, mas uma não compreensão exata da verdade;
Pois bem Nietzsche, nesse contexto, compreendo que ilusão é uma crença distorcida acerca de uma realidade qualquer, que se dá o nome de verdade, mas que todavia, não deixa de ser, então, a interpretação e o ponto de vista do quem a interpreta. Nesse caso, existem poucas garantias acerca dessa tal verdade, uma vez que tudo o que vemos e julgamos com verdade, não passam de meras interpretações e pontos de vista.
Poderia então dizer que tudo, de certa forma, é ilusão?
Então, Nietzsche, quem poderia dizer a verdade a um iludido, se qualquer coisa que se diga verdade também é uma ilusão e, por que não, uma alusão à realidade dos fatos?

sábado, 12 de janeiro de 2013

Dando as caras


Natal, Ano Novo... vida nova!
Passadas as festas e períodos de férias, voltar à rotina tem um sabor doce e amargo.
Enfim, estou de volta e pretendo atualizar com mais frequência esse blog.
Escrever ainda é uma das coisas que mais gosto de fazer. Então, espero que encontre um pouco mais de tempo para me dedicar a esse espaço que tanto gosto. Espero conseguir transformá-lo num espaço que as pessoas também gostem e mais que isso, que partilhem conhecimentos e opiniões. 

Tema do momento: Coach e espiritualidade!
(Só pra variar um pouco!)
Tenho estudado muito sobre esses assuntos e a cada dia que passa me encanto mais com todo assunto que aparece.
Não apenas com os cursos na área de coach, mas com as leituras complementares no ramo da espiritualidade. 
Recentemente fiz leituras interessantes no campo da metafísica, acerca da consciência, também chamada de alma pela filosofia espiritualista, ou essência. Seja como for, trata-se da mesma coisa, com abordagens um pouco diferentes.
Percebo algo de muito interessante na linguagem utilizada nessas diversas literaturas. De modo geral, posso dizer que os textos filosóficos, os de sabedoria oriental, o conteúdo do coach, a PNL e também os textos de tema espiritual dizem varias coisas semelhantes. Entretanto, cada um toma pra si o conceito. Aliás, devo corrigir também a minha linguagem. As “pessoas envolvidas” tomam para si os conceitos. 
Muitas vezes, quando abordo algum tema ou conteúdo específico, alguma pessoa diz: Ah, isso é espiritismo! Outra diz: Hum... isso é muito coach! Uma outra vem e cita um filósofo que falou sobre isso ou cita um conceito sobre o estudo metafísico da existência. Com isso, além de achar bastante graça e me deliciar com todas as explicações que se somam ao meu repertório, enveredo na estrada da epoché, ou seja, da suspensão do juízo de valor, para contemplar todas essas similaridades e aprender com elas. A propósito, a epoché é um dos princípios básicos para ser coach (e também para ser um bom psicólogo). Não julgar o coachee e todas as coisas é um requisito fundamental.
Concluo a cada tanto, que não se trata de ser filosofia, ou ciência da religião, ou hinduísmo, ou psicologia, coach ou espiritismo. Trata-se apenas de SER. As coisas simplesmente SÃO e cada uma dessas vertentes funcionam como idiomas que retratam a mesma realidade de pontos de vista diferentes. Todavia, cada uma delas, isoladamente, não me diz o suficiente. E daí nasce minha sede, ou melhor, minha gana pelo conhecimento. É como uma explicação que ouvi certa vez de uma amiga sobre a Verdade da vida. Ela me explicou que a Verdade é como um grande espelho quebrado em que cada um tem apenas um pedacinho e vê apenas uma parte.
Sem me aprofundar mais nessa explicação, o foco de minhas mais recentes reflexões tem sido em uma chamada lei do universo de nome: “Lei das afinidades”. 
A lei das afinidades diz que os iguais se atraem enquanto os diferentes se repelem. Simples assim! Todavia, dentro do contexto cósmico, tem mais a ver com uma questão de substância energética.

Durante o processo de coach são trabalhados diversos aspectos na linguagem do coachee, com exercícios da PNL - A Programação Neurolinguística.
Tais exercícios provocam a mudança de padrões mentais, que por sua vez se tornam, digamos, mais positivos (por ser esta a finalidade do treino).
Os profissionais da área (PNL) afirmarão, provavelmente, que o indivíduo que aplica tais técnicas obtém sucesso por que se exercitou para possuir os mesmos padrões mentais de pessoas de sucesso. Os profissionais que atuam apenas na linha do coach poderão afirmar que a mudança do padrão mental gerou novos comportamentos, que antes não haviam, e essa mudança de comportamento foi o que mudou tudo a sua volta. Já as filosofias mais espiritualistas abordarão a teoria da lei das afinidades. Embora seja uma teoria propagada principalmente pelas religiões espiritualistas, é possível fazer um link com a ciência de maneira muito simples. 
...
Pretendo fazer um outro post futuramente falando sobre essa lei do ponto de vista metafísico.
Por hora, visto que estou bem cansada e tenho que ir dormir, deixo três pontinhos e um “continua”.
Até o próximo post.