domingo, 20 de março de 2011

O jardim do amor


Não me lembro de um tema que gere mais assuntos e reflexões que este: O AMOR.
Afinal, o que é esse tal amor? Como se define, se caracteriza? Será o amor um sentimento explicável com palavras? Será que existem palavras suficientes em suas definições para expressarem como se define?
As vezes não acredito nisso, uma vez que para tantas pessoas e tantas culturas o amor possui uma definição.
Então, tentarei analisar por um outro ângulo, por aquele que enxerga os frutos, o resultado desse sentimento.
Tudo que existe partiu de um sentimento. Em algum momento, alguém sentiu algo que o motivou a agir. Assim também é o amor. 

Mas como é exatamente? Como nasce esse sentimento? O que o motiva, o alimenta e para que serve?
Será que o amor, como uma planta, nasce de uma semente germinada, cresce, se desenvolve... e morre um dia? O amor, ele morre um dia de velhice? Como uma árvore velha, com seu tronco forte, suas raízes profundas e seus galhos abundantes , será que morrerá um dia ou se renovará em outros “frutos” dando continuidade a existência nesse ciclo infinito de renovação?

Se o amor nasce como uma árvore, necessita de uma semente. Pode ser plantada ou germinada quase que por acaso, como por um passarinho cupido, ou quem sabe uma ventania qualquer.

Alguém já plantou uma sementinha do amor em você? E virou uma árvore ou morreu ainda pequena? E o seu terreno, o terreno do seu coração, é fértil e propício para nascer o amor? A terra é fofa, adubada...? À propósito, como será que se aduba o terreno do amor? Será que da mesma maneira que se aduba a terra? Será que precisamos de algumas minhocas para afofar e alguns alimentos deteriorados para virar humos? Sei que meu terreno é muito fértil. O que tem de “caraminhocas” em minha cabeça não é brincadeira!

Além disso, não faltam alimentos deteriorados, feitos de experiências, histórias, decepções, amores perdidos, paixões não correspondidas e tantas outras coisas, que nem sei, para adubar esse terreno. E como tenho histórias...

E essa semente, uma vez plantada, em um terreno fértil, propicia o nascimento de uma plantinha que cresce forte e bonita, se as condições forem favoráveis, ou ela definha e morre por falta de condições.

E como é então que esse amor pelos outros ou dos outros por nós pode ser plantado em nossos corações como uma semente? Será, assim, por acaso ou depende de alguma ação?

Já tentei plantar algumas sementes nos corações alheios. Algumas germinaram, outras teimaram em nunca nascer. Umas porque coloquei água demais, outras de menos, ou os terrenos não eram férteis, ou não soube como plantar naquele tipo de terreno.

Algumas pessoas também plantaram sementes em meu coração. E digo que meu terreno é tão fértil quanto o solo brasileiro, “que se plantando tudo dá”.
Pois é... Mas mesmo em terrenos férteis, o amor precisa de cuidados para sobreviver. Tomar sol, água, vento e outros cuidados. Como cada tipo de planta necessita de cuidados e ambiente específicos, assim o amor também é. 
Seria como tentar plantar uma rosa no deserto ou nas montanhas de gelo ou expor demasiadamente ao sol.

Se você quer que sua plantinha viva no coração alheio, ou seja, que o seu amor viva em outro coração, cuide para que isso aconteça. O amor precisa ser nutrido e cuidado para que não definhe. Mas fique atento! Cada plantinha requer um cuidado específico. Não adianta encharcar um cacto e esperar que ele cresça.

Tem “amores” que são rosas, extremamente belas e intensas, porém, com espinhos e destinadas a uma vida curta – a paixão! Outros são como orquídeas, delicadas, frágeis, encantadoras e refinadas... Outros são violetas, que precisam da medida certa de água, um pouco de sol e um pouco de vento. Não crescem muito, mas sempre dão novas flores. Outros são samambaias, extravagantes, exageradas, se espalham por todos os lados, mas resistem a muitas adversidades se estiverem expostas. Qual o amor que você cultiva? Qual é o tipo de terreno que você está plantando a sua semente? Aliás, o que você está plantando no coração alheio? Rosas, orquídeas, cactos, samambaias, violetas, arbustos, ou um pouco de cada? Será que o terreno que você escolheu para plantar o seu amor é propício e oferece as condições necessárias para que germine e cresça? E será que você está cuidando como se deve da sua plantinha, aquela que vive no coração da sua pessoa amada? Por que – “ora!” – se você deseja que ela floresça de maneira abundante, então cuide você da sua planta e não espere que ela sobreviva por si só ou que outra pessoa cuide dela por você. O amor é fruto de cuidado, ninguém é obrigado a te amar. 

Um grande erro de jardinagem, muito cometido, é plantar sua semente no coração alheio e esperar que esse alheio cuide da sua semente. Cada um que cuide da sua plantinha nos corações alheios. Cada um que cuide para que ela viva e cresça bela e forte. 
Uma regra básica de jardinagem do amor, é que cada um cuide do seu terreno. Cuide de manter limpo o imenso jardim do seu coração. Junte as pedras, as folhas secas, faça a poda das árvores que você plantou em si mesmo para deixar entrar luz e calor para vida e beleza, atraindo para si, os pássaros, borboletas, beija-flores...

Imagine que você se apresenta para o mundo, no que se refere ao amor, como um jardineiro do seu próprio jardim. 

Como anda seu jardim?

Então, melhor seguir o conselho de Shakespeare, “plante seu jardim ao invés de esperar que te tragam flores.”