segunda-feira, 7 de março de 2011

Poesia alheia

Sempre gostei muito de poesia. Quando era criança e pré-adolescente, lia e escrevia muitas poesias, algumas (se não todas) dedicadas as minhas ridículas paixões platônicas.

Postarei aqui, as poesias alheias de que mais gosto. Apenas para compartilhar meu gosto com as pessoas que também apreciam essa maneira tão sensível de expressar sentimentos.

Vamos lá então!!!

A primeira delas foi uma das responsáveis pelo meu despertar para versos e rimas.
Nada mais nada menos que Vinícius de Moraes.


Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Outro que declamei muitas vezes por descrever exatamente meus sentimentos é esse do "doentio e nervoso" Augusto dos Anjos:

Versos Íntimos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Vou colocando aos poucos! Por hoje, esses já me fizeram pensar muitas coisas e trazer à superfície muitos sentimentos.