domingo, 27 de fevereiro de 2011

Paraíso em mim

As vezes sou acometida por uma avalanche de inspiração. Mas assim como acontece em qualquer
avalanche, não dá pra lucrar quase nada.
As vezes também me arremete uma onda de sentimentos, emoções... acho que é amor, ou talvez paixão ou compaixão, ou emoção, não sei. E sinto esse sentimento de quase euforia e desespero. O que fazer com ele?
É uma mistura de emoções, alegria e nostalgia. Não sei se rio ou choro. Só não ouso contar a ninguém, pois não compreenderiam o meu "querer bem", avassalador.
O mundo rotula o amor em partes exatamente pré-definidas. Decerto quem definiu nunca sentiu o que eu sinto. Isso que não se explica e não cabe nessas teorias.
Gostaria de lucrar, que fossem algumas palavras, rimas, versos ou notas musicais dessa sensação. Mas o turbilhão me invade como um tsunami e me deixa paralisada, inerte, confusa e extremamente feliz.
É quase como beber a bebida púrpura do “dia do coringa”. A diferença é que não acredito que me crie mais ilusões sobre a realidade e sim que me faz experimentar os sentimentos que realmente me modificam ou me resgatam do inferno psicológico.
É como receber um passe de um anjo. É como tomar uma anestesia temporária e passar um tempo no paraíso.

Um pequeno paraíso dentro de mim.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A verdade


Muito se fala sobre descobrir a verdade. As vezes eu gostaria de conseguir entender que tipo de verdade é essa que tanto se fala e as pessoas tanto buscam. Seja na fé, na ciência, na filosofia, ou seja lá qual for o ramo, a verdade é sempre algo almejado, algo que o ser humano busca incessantemente para ancorar-se. Em nome de “verdades”, foram cometidas incontáveis atrocidades ao longo da história. E é em nome de verdades que as pessoas acreditam que se formam tantos abismos nas relações humanas.
Ora, se existem assim tantas verdades, como posso eu achar que a minha verdade é a verdadeira? Ou pelo menos a única. Não me refiro a nada específico, nem a crenças religiosas, nem a filosofias de vida... me refiro a todas as coisas de um modo geral, a todas as óticas(não aquelas que vendem óculos) e perspectivas que existem para enxergar cada fato, cada situação, cada coisa que há.
Penso, então, que a verdade está como se fosse atrás de uma enorme lona. E nós, reles seres humanos estamos do lado de cá tentando saber o que está do outro lado.

Fiquei viajando na maionese ontem à noite antes de dormir.

Cada um que busca a sabedoria e adquire esse saber, faz como se fosse um pequeno buraco nessa lona e consegue ver um pouquinho do que está do outro lado, ou seja, um pedacinho da verdade. Não é tudo, mas já é alguma coisa.
O problema, e essa é a grande questão desta minha reflexão, é que esbarramos todos os dias com pessoas que se dizem porta-vozes da verdade absoluta sobre alguma coisa, só por que conseguiram fazer um buraquinho de nada na lona ou pior, acreditaram simplesmente na verdade proclamada por outra pessoa. Essa misteriosa verdade sobre tudo, a vida e a existência, devem ser algo tão maior que tudo que somos capazes de imaginar, que é muita pretensão um ser humano achar que a possui.

Estou feliz por me ser concedido o benefício da dúvida. Pois me parece algo bastante libertador diante de uma verdade qualquer que aprisiona.

Alguém é capaz de responder com absoluta certeza, quantos são os pontos de vista ou ângulos existentes para se avaliar uma simples situação do cotidiano, como perder o ônibus, por exemplo, ou até mesmo a história da evolução do australopithecus ao homo sapiens? Duas, três???
Há quem diga que são apenas duas maneiras de se analisar as coisas... será?
Ou que de acordo com não sei quem, as coisas são assim ou assado. Mas, quem é que merece, assim, tanta credibilidade a ponto de acreditarmos piamente no que diz sobre o ser humano, por maior embasamento científico que exista? Freud, Jung, Iuri Gagarin, Ana Maria Braga??? (cada um com suas afinidades!)

Fico feliz por ter lido alguns livros de Krishamuti e por ter me identificado com suas ideias que me ensinaram que a verdade é algo tão subjetivo e relativo. Não que ele tenha dito isso em seus livros, mas suas palavras ensejam a investigação e o questionamento de todas essas verdades prontas que nos são “meio” que impostas quando a gente nasce.

Cada um acredita na verdade que tem mais afinidade. Isso me parece verdade!

O que posso fazer é continuar me alimentando do conhecimento pronto de quem já se lascou muito pra descobrir e investigar em mim mesma o que acontece quando saboreio cada um deles. Se engulo ou cuspo... a escolha “é” sempre minha.


PS:
é: Depende do condicionamento que nem sequer nos damos conta de que somos vítimas e autores.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Contexto do contexto

“Quanto a gente dispõe a se abrir para alguma coisa, algo se abre para a gente... o passarinho não entra na casa quando as janelas estão fechadas”.




Acabei de ler o livro O castelo dos Pirineus de Jostein Gaarder. A mensagem mais interessante que tirei do livro foi a frase acima que dentro do contexto da história faz um sentido enorme.

Percebi que estou aprendendo poesia e literatura com os escritores. Depois de tantos anos me alimentando de música e literatura, consigo finalmente me deslumbrar enxergando por uma outra ótica essas formas de arte.

O livro que acabo de ler fala especialmente sobre fé, num contexto espiritualista. Como todo livro de Jostein, as histórias não possuem um fechamento, dito, conclusivo. Ou seja, não são histórias com começo, meio e fim como normalmente encontramos nos livros. Mas isso está totalmente de acordo com o contexto do tema “filosofia”, uma vez que a história é algo infinito do ponto de vista Histórico!.
Mas, enfim, o livro fala sobre fé de uma maneira até muito racional, por mais contraditório que isso pareça. A história do livro inspira muitas reflexões sobre a realidade, a origem de todas as coisas desde o big-bang até a origem da “consciência” ou da auto-consciência. Interessante!
Interessante a maneira como nos acostumamos a “ser” e não nos damos conta nem mesmo do quão enigmática e fantástica é essa existência do ser “eu” e da consciência.

Estou com sono, mas gostaria de conseguir por mais algumas linhas os meus pensamentos.

É tudo muito mais que isso. Viver, levar a vida, vivenciar experiências e escrever histórias no livro da vida com suas interpretações contextualizadas... é muito mais que isso.
É muito mais que estar certo, que o que se sabe, que o que se acredita... é tudo muito mais que isso.
Tudo faz parte de uma grande cadeia ou teia a qual todos estamos engendrados em seus contextos muuuuuito maiores do que se pensa.
Talvez seja mais que “deixa a vida me levar”! Essa regra não serve para todos!
Existir significa muito mais que isso e a grandeza de se existir está justamente aí, nesse auto encontro, auto melhoramento.
Por que? Será que estou errada? Quantas certezas e definições inúteis e carcereiras eu carrego no pescoço como medálias? E quantas incoerências absurdas me fizeram agir de forma injusta, cruel e insensível comigo e com os outros em nome de minhas certezas e convicções?
O que gostei mesmo nesse livro foi o que foi dito sobre a fé. É difícil ter fé sem um contexto, pois eu tenho um: A VIDA! A vida é o meu Deus.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Gerir a si mesmo


As vezes a gente fica com a mente cheia de pensamentos tagarelando sem parar... o pior (não necessariamente o pior) são as sensações que ela provoca.


Eu sou a rainha “sensações”. Sei que é um termo forte e pode ser interpretado de diversas maneiras. Mas quero dizer com isso que sinto de maneira muito intensa todas as coisas. Isso é bom e mau (como todas as coisas possuem dois ou mais pontos de vista). É bom quando o sentimento é bom, prazeroso, feliz, leve... e ruim quando o sentimento é mau, angustiante, triste... Tudo isso parece óbvio, mas uma simples alegria pode se tornar um oásis e um pequeno desencontro pode ser um tsunami.

Todavia cada um deve buscar ser gestor de si mesmo e dos próprios sentimentos. Aliás era sobre isso que queria devanear hoje.

Gestão de si mesmo.

Para gerir a si mesmo de maneira no mínimo eficaz será necessário primeiramente conhecer a si mesmo, penso eu.

Mas quem é que conhece a si mesmo plenamente? Quem é que conhece cada impulso e fraqueza ou armadilhas do ego ou superego?

Logo, me parece uma tarefa bem difícil começar a tentar gerenciar a si de maneira consciente sem investigar primeiramente o que se passa nos bastidores da nossa persona.

Então, a palavra chave desse processo é despir os olhos interiores dos caprichos do ego e começar a enxergar a si mesmo de maneira mais crítica, analítica e embasada. Embasada em conceitos embasados! e não em filosofias baratas, simplórias, superficiais, populares e principalmente no senso comum.

Mergulhar profundamente em si mesmo é muito difícil e exige muita coragem. Mas é a única maneira de se amar verdadeiramente e de se “automelhorar”, ou amadurecer, ou evoluir, ou seja lá qual for o conceito adequado para esse contexto.

Não vejo nada de errado em vivenciar interiormente algumas “ilusões” sobre a auto-imagem ou alguma realidade específica... desde que seja um artifício que amenize algo muito pior. Muita gente quando perde a perna usa uma prótese, não é mesmo?

Tenho que ir. É tarde.
Até mais.

P.S.:

Persona (psicologia)

Origem:  Wikipédia  a enciclopédia livre.
Persona (do latim persona), na psicologia analítica (Jung), é dado o nome de persona à função psíquica relacional voltada ao mundo externo, na busca de adaptação social.
Nesta acepção, opõe-se à sizígia (animus/anima), responsável pela adaptação ao mundo interno. No processo de individuação, a primeira etapa é, justamente, a elaboração da persona desenvolvida, em termos de sua relatividade frente à personalidade como um todo.
Nos sonhos, costuma aparecer sob várias imagens/formas.
A palavra é derivada do verbo personare, ou "soar através de".

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Primeira postagem


Durante muito tempo pensei que o amor fosse um sentimento que no final das contas resolveria tudo. Durante muito tempo, pensei que a verdade fosse a única bandeira a ser levantada, pois era a única coisa que importava... durante muito tempo acreditei que se a gente fizesse tudo com a melhor da intenções, tudo certinho, as coisas se ajeitariam... Que loucura a minha! Que nóia, che viagem na maionese! Que filosofia de botequim, quando a gente já está bem bêbado! Que merda de moralismo idiota e inseguro!!!
É tudo muito mais que isso... questionar nossas certezas pode ser muito incômodo e desgastante, embora seja sempre necessário. E ao encontrar respostas para as perguntas de cada eu que existe em nós, é necessário rever tudo novamente, por que sempre vão existir lacunas.
O que eu quero dizer com tudo isso? Nada! Nada específico. Estou apenas devaneando, “jogando pensamentos fora”. Esvaziando a mente e devaneando como sempre.
Tudo é tão relativo, não é mesmo?
E talvez pensar demais também seja prejudicial a saúde (mental)
Bom, de qualquer maneira começo aqui, com alguns rabiscos despropositados, apenas para começar... espero que dessa vez eu consiga continuar alimentando um blog.
Até mais!