sábado, 30 de abril de 2016

Poetizando


Linguagem

Me dei conta de que escrevo muito mal. Não sou capaz nem de longe de expressar a loucura que se passa aqui dentro que pra mim tem muita lógica, mas quando transcrevo perde a graça. As palavras são limitadas...

Aceito

Tantas coisas aconteceram no último mês que me modifiquei profundamente. É como se de repente tivesse acordado. Ou percebido que estava em estado de embriaguez.
Algumas pessoas partiram, algumas coisas partiram. Quando parei de lamentar aprendi a aceitar e aceitar é muito reconfortante.

Inexata

Se estou deprimida, tranquila ou eufórica, não é o caso...
A questão é se sou capaz de compreender durante quanto tempo do dia permaneço em cada um desses estados de espírito.
Sou intensa como a água, que vai com força e depois segue branda e não tenho culpa de ser assim.
Proponho a mim mesma o silêncio, e quando ele vem eu divago.

Memória traidora

Percebi que preciso escrever mais para que não me esqueça das coisas. Tenho esquecido tudo, menos do passado.

Sobre o medo

Me lembrei de certo dia em que falei na terapia sobre uma constante sensação de medo que me lembrava de sentir na maior parte de minhas lembranças da primeira infância. Minha terapeuta na época me olhou nos olhos e disse que eu não manifestava ser uma pessoa medrosa. Imagine, senti medo naquele momento. O medo é uma contração natural em mim, como aquela resposta rápida que damos por reflexo quando alguém nos lança um objeto. Minhas costas doem.

Memórias...

Quando eu era criança, eu carecia de um espaço em que eu pudesse me abrigar e me sentir acolhida e protegida. Podia ser um colo, um agasalho, um quartinho, um cobertor. Mas aquela sensação de se sentir protegida eu não me esqueço.
Me recordo de um certo dia em que minha mãe me deu um conjunto de moletom cor de rosa e ele me aqueceu em um dia frio. Eu tinha uns 6 anos de idade e me lembro com clareza desse momento em que uma sensação intensa de conforto quebrava aquela sensação de desamparo.