quinta-feira, 31 de março de 2011

Desfecho da história

Olá! Vou tentar terminar de contar essa longa história.

Onde parei??? Ah, já sei!
Então, recebi uma mensagem e me lembro bem de como reagi na hora. Antes de ler, apareceu assim: Mensagem de "Doce de abacaxi".
Senti todas aqueles sintomas, como frio na barriga, palpitação e todo o resto...
Agradeço pelas palavras e pelo carinho. Mas acho que está confundindo as coisas. Se quiser, poderá ter a minha amizade. É apenas isso que tenho para oferecer.

Pronto! Acabou! Depois disso eu entendi que era inútil fazer qualquer investida ou tentativa de conquista, por que eu estaria me humilhando para uma pessoa que já deixou claro não ter nenhum interesse em mim. Depois desse dia eu nunca mais liguei, nem toquei no assunto, nem fiz nada que pudesse me expor ao ridículo ou ignorar qualquer sentimento de Amor Próprio que tivesse naquela época. Depois disso eu me desiludi e fiquei envergonhada por ter "confundido as coisas", afinal, quem gosta de fazer papelão?
Quem gosta de pagar paixão??? Quem ia correr atrás de uma pessoa que nem sequer conhece???

Pois é..... EU! Queria muito que tudo isso dito acima fosse verdade. Mas nãããããooooo..... Não foi verdade!!!
Eu fui a idiota que continuou atrás, que nem uma retardada!
Depois da mensagem, que foi claríssima, diga-se de passagem, eu liguei para questionar a afirmação. E falei mais abobrinhas naquela ligação que em toda a minha vida. 
Sinceramente, quando eu me lembro disso, eu penso que foi com outra pessoa!!! 
E levei trocentos foras. 
E continuei cheia de esperanças de um dia conseguir conquistar. 

Um dia, em uma conversa meio em códigos com a minha supervisora, ela mencionou que era uma ótima cupido. Não tardei em pedir a ela que fosse minha cupido. Mas não entrei muito em detalhes.... E para a minha surpresa, a FDP foi me dedurar!!! Aiii,... nunca fiquei tão envergonhada em minha vida como quando o Doce de abacaxi veio me perguntar se eu tinha pedido para a Fulana ser cupido. Não sabia se simulava um infarto ou se negava até a morte. 
Uma outra situação hilária, foi durante uma reunião sobre a ginástica laboral. 
Nunca me esquecerei desse dia. Até hoje tenho vontade de rir. Fomos todos os operadores para uma sala de reuniões para aprender a fazer a ginástica laboral com um profissional de educação física. 
Eu tive que me atrasar, pois estava em um atendimento demorado e estavam todos me esperando. 
Quando entrei na sala, para a minha surpresa, adivinhem quem estava lá!!! 
A SEBÁSTIAN!!!
E como eu sabia??? Sei lá, eu deduzi que fosse ela pela voz, pelo nome que era o mesmo da pessoa que me ligou naquela madrugada e pela maneira dela de se portar e vestir. 
A questão é que a aparência dela era coooommmpletamente diferente de tudo que eu imaginava. Ela era gordinha. Nada contra. Mas ela estava com uma calça colada daquelas de ginástica e com uma camiseta de algodão. Enfim, estava "malarrumada" e com os cabelos amarrados pra trás em um rabo de cavalo. 
Tudo bem que tinha altos problemas de auto estima, me achava feia demais e magra demais... mas me senti linda naquele dia. 
Nunca ousaria, é claro, fazer qualquer comentário sobre isso a alguém. Seria ofensivo e fútil! kkkkkkkk...
Mas o melhor foi o comentário de uma amiga, muito próxima na época, a JP (apelidinho!). 
"Nosssss,,, vocês viram o tamanho da SEBÁSTIAN dela???" Ela se referia ao que ficava em evidência na calça coladíssima. Ficou então batizada a dita-cuja, de Sebástian. E para sempre!!! 
Que o Creosvaldo nunca leia isso!!! Acho pouco provável! kkkkkk

Então, ainda tivemos alguns eventos em que eu sofriiiiiaaa.. que nem uma idiota. Queria ficar perto do Creosvaldo a qualquer custo, queria ouvir sua voz, sentir seu perfume, mesmo que de longe, conversar, vê-lo sorrindo... é, estava como qualquer pessoa apaixonada.
Aconteceram tantas situações em que eu perdia o controle sobre mim mesma. 

Nessa época eu tinha três amigas. Todas sabiam do meu sentimento obsessivo. No dia em que contei pra elas, fiquei sabendo que eu já tinha a fama no Call Center de ser a amante do Doce de Abacaxi. Olha só, levei a fama sem nunca deitar na cama. Tudo isso por causa de uma fofoqueira, que me viu ficando com uma pessoa na boate, que de costas até lembrava um pouco o Creosvaldo. 
Mas eu só soube dessa fama muito depois da poeira ter baixado. Que triste!

Então, um belo dia comprei um diário. Taí a coisa mais idiota que já fiz em toda a minha vida. Aliás, uma das coisas mais idiotas, por que em nome de minhas paixões obsessivas, já fiz muita coisa inacreditável. 
Comecei a escrever nesse diário, o relato dos meus dias obsessivos e dessa minha paixão maluca e descabida. Era um diário amarelinho de papel reciclado, que nem um doce de abacaxi mesmo. Escrevi, escrevi, escrevi... 
E um dia teve uma festa de fim de ano numa boate que na época era bem badalada aqui em Brasília. Seria "a festa", e eu pintei minhas longas madeixas de roxo, passei ferro nelas e fui toda de preto, gatíssima, para a festa.
Queria muito estar linda e impressionar o Creosvaldo com toda a minha simpatia. 
Mas de nada adiantou tanto esforço para impressionar, pois o Doce estava a fim de mostrar alguma coisa pras pessoas e ficou, com uma das pessoas mais idiotas do Call Center. 
Minhas amigas estavam meio doidas nessa festa e eu fiquei chupando dedo, a unica sóbria segurando as pontas. Me lembro de cada detalhe dessa festa. 
Depois desse dia, resolvi que deveria começar a parar de ser apaixonada por essa pessoa. Afinal, tinha deixado de ser um mito e tinha se transformado em uma pessoa como as outras. 
E no outro dia, SONGAMONGAMENTE, entreguei o diário dentro de um envelope de papel pardo. Até hoje não acredito que fiz isso. Se pudesse voltar em algum momento em minha vida, em uma máquina do tempo, voltaria nesse maldito dia e incineraria aquele caderninho. 
Gente, isso não se faz! Nunca façam isso. 
Pois é. Acho que quando escrevi aquele diário, pensava na cara que faria quando entregasse. Sei lá o que eu pensava. Acho que eu não tinha o que fazer mesmo.

Depois desse dia, não demorou muito eu pedi demissão dessa empresa e meu pedido foi muito mal recebido.
Pedi a liberação da multa do aviso prévio, mas o Creosvaldo não quis liberar, alegando que eu não quis colaborar com a empresa (pelo fato de ter pedido demissão). 
Saí com as mãos abanando e com a esperança de conseguir esquecer essa paixão com a distância. 
E ainda dei alguns foras ligando não sei pra que! Ou melhor, dei não, levei mais alguns foras. 

Mas um dia fui na empresa ver minha amiga, que ainda estava trabalhando lá. Daí, encontrei o Creosvaldo, que me tratou com toda a receptividade que nunca houve. Fiquei até surpresa! 
Nesse dia batemos um papo legal, e até fui convidada de um  jeito muito estranho para sair. 
Por um momento até pensei que poderia ter surgido um súbito e repentino interesse por mim. Mas como alegria de pobre dura pouco, o telefone tocou e o Doce de abacaxi teve que sair correndo para socorrer a Sebástian que tinha sofrido um acidente de carro. 
Arriégua!!! Minha noite melou. O pior, é que descobri que naqueles dias eles já não estavam mais juntos. Aff..

Mas Deus sabe o que faz. Quando uma coisa não tem que acontecer, não importa o quanto queiramos ou o que façamos, ela não acontecerá de jeito nenhum.
Além do mais, eu e o Creosvaldo não tínhamos realmente nada em comum. Era uma paixão insana e irracional. Hoje, era um tipo de pessoa que dificilmente atrairia a minha atenção. Tanto pela pessoa que me tornei, como pela pessoa que demonstrava ver.

Faz muito tempo que não vejo o Doce de Abacaxi. E ainda bem! Quando me lembro dessa história, não sei se rio ou se choro! Se tivesse me rendido pelo menos um milhão e meio que nem a Maria do BBB!!!
Mas não me rendeu nada. Só uma lembrança engraçada, que prefiro pensar que nem foi comigo.

A paixão é um sentimento lindo. Mas as vezes, francamente, era melhor não sentir nada.