Hoje o dia está nublado. Em dias nublados dá uma preguiça de sair da cama...
Além disso, fico especialmente nostálgica. Uma melancolia que chega a ser até gostosa. Eu gosto de ficar melancólica, às vezes. São nesses momentos que minhas melhores inspirações brotam, pois estou em contato direto com meus sentimentos mais genuínos e intensos.
De modo geral posso dizer que as coisas andam muito bem, obrigada. Por isso não poderia dar o nome de tristeza ou sei lá o que, pra o que sinto.
Nesses dias nublados fico carregada de sensações. Como diz meu amore, sou vítima do clima!
Falando em amore, ontem tivemos uma diálogo interessante. Diria até engraçado. O tema é: A existência de Deus e de Jesus.. mamma mia! Imagine só quantas descobertas eu fiz.
Qualquer pessoa pode ter a mente aberta para qualquer conhecimento novo ou para questionamentos diversos. Mas no campo da fé é complicado abrir a mente para novos conhecimentos, pois põe em risco a desconstrução do alicerce que formou o indivíduo no que ele é. Olha só que delicado.
Talvez pra mim isso seja mais tranquilo. Afinal, não tive uma vida religiosa intensa e nem sequer muitas referências. Posso dizer que sou uma espírita sem vergonha, por que nem frequento, nem tenho lido, nem me aprofundo em nada mais há muito tempo. Na verdade, prefiro dizer que sou espiritualista filosófica. Por que cada conhecimento que adquiro referente a doutrina espírita, a religiosidade ou a fé, argumento logicamente, contesto, filosofo e depois, se encontrar uma lógica, tento acreditar.
É que me sentiria uma tola se acreditasse em algo simplesmente por que me dizem que é verdade. Seja em um fenômeno ou um Deus. Principalmente nesse Deus famoso, que muitas religiões tem pregado existir. Nesse ponto estou com Nietzsche e não abro quando diz que não pode acreditar em um Deus que quer ser louvado o tempo todo. E diria mais! Não posso acreditar em um Deus que também quer ser temido o tempo todo. Seria muito contraditória essa lógica. Acho que tem mais coisas aí! Meu bem diz que sou racionalista. Mas já contestei esse argumento também, dizendo que não posso ser apenas uma coisa. RACIONAL! (quem me dera!) Seria muito limitado. Além do mais, meus argumentos e questionamentos tem origem na minha mais sutil sensibilidade. Nascem em meus sentimentos diante da observação da realidade.
Gosto do conhecimento simplesmente por gostar, não por tentar encontrar um sentido para a minha existência em um Deus inventado pelo homem. Sim, por que esse Deus que muitos pregam é bastante contraditório. Prefiro aceitar que o conhecimento sobre Deus está bastante além da nossa capacidade de compreensão. Mas o homem necessita de tal maneira conhecer esse Deus, desvendá-lo, defini-lo, que o enquadra em muitas definições. Talvez Deus simplesmente seja Deus e pronto.
Não sinto a necessidade de entender o que é Deus para dar sentido a minha vida. E muito menos de fazer tudo que dizem que Ele tem como correto.
O que as pessoas sabem ou descobriram que eu também não posso descobrir sozinha, seja sobre a teoria da existência ou sobre a fé em Deus?
Posso dizer que as coisas são separadas, mas por mim mesma, pois acredito que tudo esteja interligado de alguma maneira em um ciclo infinito de renovação e transformação. Tudo deve ter um propósito, acredito. E é nesse propósito que encontro o Deus da minha fé, ou seja, é nesse propósito para a existência que encontro o meu sentido para viver.
Quando meu amore ler esse post, certamente vai rir do que vou dizer agora. É que tudo isso que disse, tem muito a ver com a teoria de Leibniz sobre as mônadas e do melhor dos mundos possíveis.
Vou tentar desenhar a forma como entendo a teoria de Leibniz no contexto do melhor dos mundos possíveis.
Lembrando que isso não é um estudo científico e nem pretendo provar nada, apenas compartilho a minha interpretação sobre essas teorias. Minhas palavras não tem nenhum valor científico.
Então, o ciclo de evolução, no meu ponto de vista, ocorre como em um espiral. Temos aqueles ciclos para concluir naquela direção. Todavia, existem as quebras nesses ciclos causadas pelas escolhas que fazemos devido o nosso livre arbítrio. Uma vez que nenhum espírito regride, não é possível voltar atrás no espiral. É possível apenas retardar o processo de desenvolvimento, saindo do percurso normal, indo por outro caminho mais longo. Não tem aquela frase famosa que diz “se não for pelo amor, será pela dor”? Pois, então, essa frase traduz fielmente o que quero dizer. Tudo que quebra a harmonia da mônada, pode ser a causa da dor para a evolução de que se fala, visto que o caminho é mais longo e mais árduo.
Entrando, agora no contexto da teoria do melhor dos mundos possíveis, entendo que Leibniz quis dizer com isso que de qualquer maneira o processo de evolução seguirá no mesmo sentido e não há regressão no processo de desenvolvimento. É como pensarmos no tempo, que não volta, assim o espírito não regride.
À propósito, para Leibniz, a mônada é uma partícula simples, a mais simples possível, que possui uma força. Podemos dizer, com base nisso, que a alma é uma mônada e que nós somos mônadas compostas de mônadas simples cheias de forças que nos impelem a evoluir, pois sempre buscamos o que acreditamos ser o melhor para nós ou o bem, seja lá em que contexto, e sempre evoluímos ainda que por caminhos que não aparentam ser evolução e esclarecimento.
Se o propósito da alma é a evolução, como um instinto do humano, podemos pensar que essa força (das mônadas) nos impele a evoluir ainda que pela via do sofrimento, pois poderia uma alma compreender o sofrimento que o levará a evolução se esta ainda não evoluiu? Parece ilógico? Dependendo do ponto onde estamos no percurso do ciclo, sim! Mas dependendo do esclarecimento atingido, pode-se pensar que a dor e o sofrimento são apenas consequências do processo de evolução, resultado do caminho que foi escolhido em algum momento da existência. Daí entra o contexto da espiritualidade. O da reencarnação, pois nem tudo é explicado na vida atual em que os indivíduos sem encontram.
Seria Deus um tirano injusto, que cria seres diferentes em contextos e situações diferentes só pra olhar? Só por capricho?
Seria Deus um menino brincando de fazer bonecos de massinha para brincar uma só vez e depois guarda-los para sabe-se lá quando, colocar todos em um paraíso vivendo tediosamente com suas tantas imperfeições. Francamente, né, meu povo! Se as pessoas são involuidas hoje, deixariam de ser involuidas só por que estão no paraíso de Deus? E a Terra já não é um paraíso provida de recursos e maravilhas que o homem transformou num inferno?
Não transformaria também num inferno esse outro paraíso concedido por Deus nessa suposta recompensa?
O paraíso e o inferno desse Deus é aqui. E o construímos dia-a-dia com nossas escolhas.
Nesse futuro que imaginam, parece até que Deus é um guarda do novo paraíso para garantir sua harmonia. Mas isso iria contra o livre-arbítrio e transformaria Deus em um arbitro com um apito: Vocês que são bons? Paraíso! Maus, vão para o inferno, morar com o Capeta!