domingo, 8 de fevereiro de 2015

A chama

É tempo de repensar. Recomeçar. E  mesmo quando não falta senso, não falta nada, deve-se pensar e repensar. Mesmo quando tudo está calmo... mesmo quando tudo que passa passou. A vida segue e as perguntas mais importantes se calam diante do frenesi da satisfação - nunca plena.
Em meu peito arde uma chama que nunca se apaga. Um sentimento que flameja e me acende.
Não tem face, não tem corpo, mas tem alma. Tem espírito.
E como uma alma penada queima meus pés me tirando do repouso, me incomodando. Começa lá no estômago, sobe pra garganta e depois me invade todo o corpo com um calor estranhamente frio. É um calor que arrepia.
Num desejo massivo de viver. Numa insana e intensa vontade de acontecer a vida. Transcender.
Que será esse fogo que me queima por dentro? Que será essa inquietude que me atormenta, tirando-me o sossego? Essa insuficiência que me move, me comove e me remove da linha. Eu perco a linha. Perco o prumo e perco-me dentro desse incêndio torturante.
Até queimar e arder. E arde lá no peito, lá dentro. Entre as batidas arde. E quanto mais arde mais pulsa. E nesse pulsar ritmado me embalo e me embriago num gozar iminente. Na expectativa que ele suceda. Na angústia que aconteça, não quero esperar. Quero decidir a hora de gozar. E nessa febre padeço e renasço. Recomeço, repenso... É tempo de recomeçar. 

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