quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Coaching – benefícios para sua vida e para sua empresa


Primeiramente, vamos nos centrar no significado dessa expressão “coach”. Como estudante do assunto e experimentadora do coaching, tive a oportunidade de ter contato com diversas definições. O fato é que a definição pode causar algumas confusões no compreender de quem ouve e não experimenta. 

Existem alguns tipos de coaching (podemos chamar de modalidades). Pude experimentar a vivência em dois estilos. Ambos trazem diversos benefícios ao indivíduo. Nesse momento focarei apenas na modalidade do coaching ontológico. Me comprometo a postar mais sobre minha outra experiência, que ainda não foi concluída.

A palavra coach significa “treinador”. Aquele que treina, acompanha e trabalha para o desenvolvimento de alguém. Gosto de utilizar a definição do coaching como uma ferramenta que trabalha para o desenvolvimento do indivíduo, em qualquer âmbito de sua vida, para alcançar um determinado objetivo, por meio de exercício, quase sempre voltado para o autoconhecimento. Mas nesse caso, pode-se interpretar que o coaching é um processo terapêutico (que também trabalha o autoconhecimento). Mas entendo que existam algumas diferenças básicas entre eles. Cada um deles é fundamentado em teorias diferentes. O coaching ontológico, por exemplo, é fundamentado basicamente na filosofia existencialista e a psicologia é uma ciência, portanto, cada uma linka suas ações em princípios diferentes. O coaching trabalha com uma relação muito mais objetiva, de troca de percepções e exercícios motivacionais enquanto a terapia tradicional trabalha de forma mais subjetiva, lenta e com objetivos curativos. A terapia costuma dar foco no passado, enquanto o coach, via de regra, dá foco no futuro.
Então, gosto de definir o coach como um processo que objetiva o desenvolvimento das potencialidades humanas elevando performance por meio de uma parceria entre o coach (que é alguém que possui habilidades específicas e ferramentas) e o coachee (que é alguém que está disposto a mudar).

Em minhas experiências com o coaching e com a terapia, pude observar ainda que o coaching é incomparavelmente mais intenso. A terapia é menos invasiva e provocativa, digamos que o terapeuta pisa em ovos e o coaching quebra os ovos, provoca.
Também gosto de dizer que o coaching te dá olhos muito rapidamente. A esses olhos, chamamos de distinções. Acrescento também que o coaching é bastante motivacional. 

Conhecendo um pouco da definição já é possível imaginar quais são os benefícios do coaching na vida de um indivíduo e também em uma organização. Muitas grandes empresas já optam pelo coaching como forma de maximizar resultados melhorando a qualidade de vida dos colaboradores, aumentando a autoconsciência e com isso melhorando as relações e a convivência entre as pessoas. 

Como profissional de Recursos Humanos posso dizer com toda segurança que os principais fatores que colaboram para a maximização dos resultados é o nível de satisfação dos colaboradores. É um pensamento arcaico e portanto uma forma jurássica de gerir pessoas, acreditar que o nível de satisfação, de felicidade e das relações não interfere na qualidade de vida da empresa e portanto nos resultados. 

Atualmente, a preocupação com a qualidade de vida nas organizações tem sido assunto frequente, valorizado, estudado e investido pelas empresas de maior sucesso. Após a era industrial, a imagem de funcionários robôs começou a se dissolver e a consciência de que as novas gerações não toleram ser tratadas como máquinas e se tornam insatisfeitas, desmotivadas e com baixa produtividade se a organização ou os gestores insistem em desumanizá-los. 

Observo que algumas empresas até possuem muitas políticas que objetivam a qualidade de vida do funcionário, mas que na maioria das vezes investem em políticas que não desenvolvem líderes nos gestores, que despreparados, atuam em um papel apenas de comando e não de liderança, minando, portanto, a qualidade do dia a dia da equipe, desperdiçando assim, qualquer esforço da empresa.

É que embora seja extremamente importante que as empresas atuem com políticas voltadas para a qualidade de vida na organização, se essas políticas não incluírem o desenvolvimento humano de seus líderes, existirá uma grande chance de fracasso nas políticas. Com isso é fácil deduzir que tudo converge para o desenvolvimento humano. 

Voltamos então para o coaching que objetiva especificamente esse despertar do indivíduo para si mesmo. O foco muda quando falamos de liderança. O foco do conhecimento, na verdade, não apenas muda, como se amplia. O gestor, além de especialista no negócio que atua, deve ser líder e ser líder exige necessariamente saber lidar (líder – lidar) com pessoas e conflitos. 

Onde existem pessoas, existem conflitos. Aceitar esse fato já é meio caminho andado no processo de 
gestão. O gestor que espera que sua equipe de geridos seja sempre harmoniosa, feliz, satisfeita com salários, rotinas, políticas da empresa, modelo de gestão e tudo mais que houver, está fadado ao fracasso como gestor ou no mínimo a viver em uma grande ilusão de que é competente, quando seu ego for frágil demais para enxergar a verdade. 

Falando nisso, em enxergar a verdade, mais necessariamente em “enxergar”, a partir filosofia existencialista, afirmo que cada um vê apenas o que lhe convém. Ou melhor, cada um enxerga apenas o que é capaz (pois convir dá uma ideia de escolher conscientemente não ver).

Essa afirmação se refere à cegueira humana. A cegueira como ausência de distinções. Jostein Gaarder, em seu livro “Em um espelho, um enigma” fala sobre a cegueira humana de forma muito singela definindo-a muito sabiamente com a seguinte frase: “Cada um vê o mundo como em um espelho”. Com isso ele quer dizer, que ninguém é capaz de ver no mundo, no outro, ou nas coisas, algo que já não exista em si mesmo. 

Esse “ver” não é um ver qualquer. Esse ver é um distinguir. O primeiro passo do processo de autoconhecimento proposto pelo coaching ontológico é o processo de diferenciação entre o ver comum e o distinguir, que são coisas bem diferentes. Por exemplo, o bebê possui pouquíssimas distinções se comparado a uma pessoa adulta. Mas ele é capaz de olhar, por exemplo, para uma árvore, embora talvez ele ainda não saiba que aquilo é uma árvore, por não existir ainda essa distinção que diz a ele o que é aquilo, o que significa, para que serve e como funciona. 

Quando crescemos e aprendemos a distinguir as árvores e tudo o que é material e objetivo, pretendemos saber sobre todas as outras coisas, principalmente sobre aquelas subjetivas, que dizem respeito ao que se é e ao que o outro é em sua subjetividade. 

Devo ainda abrir um parênteses para ressaltar o fato de vivermos em uma sociedade, que via de regra, valoriza o QI e a racionalidade e que o indivíduo pouco volta-se para si mesmo e portanto se apega a conceitos racionais para definir os mecanismos sentimentais do indivíduo.

Ai então é que vem a velha novidade. Não existem seres racionais. O único ser racional que convive com o humano é o computador. Os demais, que são seres vivos, são todos emocionais e extremamente complexos. 

O humano utiliza o que chama de racionalidade para descrever e justificar sua emocionalidade na tentativa de manter o controle desta – já que o humano não suporta não estar sobre o controle de todas as coisas. Não estar no controle significa estar imerso em um mar de insegurança e com isso vem o medo, o medo da dor, o medo de aumentar o vazio que é existir. 

Sobre o vazio que é existir há muito campo e muito assunto. Mas vamos nos ater apenas a questão do coaching por enquanto, como ferramenta para trabalhar essa questão do ampliamento do nosso campo de percepção, ou seja, do aumento das distinções, que objetivam desenvolver o indivíduo (humanizar os indivíduos) a fim de aumentar a qualidade de vida, criando indivíduos mais plenos na vida e nas organizações.

Parte-se do princípio que eu não serei capaz de lidar com o outro, em sua subjetividade, com sua emocionalidade genuína, se não souber sequer enxergar a minha emocionalidade e lidar com ela. O que pode ocorrer e o que ocorre frequentemente é cada um lida com o outro, da mesma forma que lida consigo mesmo.

Sinceramente não conheço nenhum indivíduo pleno em si mesmo, há não ser os líderes históricos como Jesus e Buda. Todas as pessoas que conheço falam das insatisfações da vida, do trabalho, do estresse, dos sofrimentos causados pelos conflitos da vida.

O coaching atua na subjetividade do indivíduo, primeiramente dando-lhe ferramentas para descobrir sua emocionalidade. Ao descobrir sua emocionalidade, trabalha-se para aceita-la. Todo mundo sente e sente o tempo todo. E todo mundo sente várias coisas. Não existem um ou dois tipos de sentimentos. Muito menos essa coisa dualista de sentimentos bons ou ruins. Existem sentimentos - muitos. 

Mas só é possível perceber isso, a partir do momento em que se observa. É preciso abrir os olhos para isso. E como isso acontece? 

Proponho uma experiência com o coaching para experimentar esse exercício. Escolha um coach para sua vida e passe a viver mais plenamente. 
Experimente viver uma experiência do coaching em sua organização e perceba os benefícios e sinta a melhora na qualidade de vida em sua equipe.