Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não
Vinícius de Moraes e Toquinho
Vinícius é um tradutor da minha alma. Como não amá-lo, como não amar?
Durante toda a minha vida amei, me apaixonei, morri de amores... derramei muitas lágrimas, gastei muito grafite e muita tinta de caneta em minhas muitas folhas de caderno. Fui uma adolescente bem adolescente.
O tempo passou e com ele essa euforia. Passou a inspiração para escrever versos e poesias de amor. Passou a inocência e a crença de que o amor é um caminho florido que está logo ali na esquina.
A desilusão no amor é uma das primeiras experiências traumáticas da menina. E ela começa, muitas vezes com os pais. Depois ela projeta para os homens da vida dela (ou mulheres, quem sabe!).
A teoria Freudiana confirma isso quando fala dos complexos de Édipo e Electra.
É bacana perceber os complexos projetados na vida adulta. Aliás, projetar é a maior das especialidades humanas. Quando começamos a observar como isso acontece, nos deleitamos com as identificações. Não importa se é negando ou não, reproduzimos e projetamos constantemente modelos adquiridos em experiências na infância. E por que isso acontece, oras?
Oras!!!! Simplesmente por que a realidade só existe dentro de mecanismos e projeções. A realidade de cada pessoa está limitada àquilo que ela adquiriu como distinção ou experiência (o inverso é inteiramente falso). Estamos limitados às nossas experiências passadas. Interpretamos o presente com base naquilo que já vivemos. Interpretamos o outro com base naquilo que já vimos e somos. É comum acreditarmos que compreendemos o outro, o que o outro sente, o que o outro é... Mas o outro é só a projeção da gente mesmo. Por isso eu acho que entendo o outro por que vejo o outro como se fosse eu. Julgo o outro como se fosse eu. E não sou capaz de alcançar aquele sentimento complexo que o outro sente, se nunca experimentei, se nunca tive contato com ele. E julga-se muito com base no que eu acho que seja. Ou seja, numa ilusão.
Oras!!!! Simplesmente por que a realidade só existe dentro de mecanismos e projeções. A realidade de cada pessoa está limitada àquilo que ela adquiriu como distinção ou experiência (o inverso é inteiramente falso). Estamos limitados às nossas experiências passadas. Interpretamos o presente com base naquilo que já vivemos. Interpretamos o outro com base naquilo que já vimos e somos. É comum acreditarmos que compreendemos o outro, o que o outro sente, o que o outro é... Mas o outro é só a projeção da gente mesmo. Por isso eu acho que entendo o outro por que vejo o outro como se fosse eu. Julgo o outro como se fosse eu. E não sou capaz de alcançar aquele sentimento complexo que o outro sente, se nunca experimentei, se nunca tive contato com ele. E julga-se muito com base no que eu acho que seja. Ou seja, numa ilusão.
Acho que posso falar um pouco sobre a ilusão, pois experimento com frequência o sentimento de desilusão. Em um primeiro momento pode soar dramático, mas a desilusão, se interpretada ao pé da letra é uma coisa ótima. A desilusão te coloca de novo a par da realidade. Ou te tira da pretensão de compreender todas as coisas.
A desilusão é evolução, é esclarecimento. Desiludir-se sobre alguma coisa requer considerar que se está errado ou que a maneira como até então compreendia e agia sobre alguma coisa era falsa. E eu me revejo com frequência. E me desiludo com frequência. A cada descoberta uma desilusão. Uma desilusão boa!
Desiludir-se é libertar-se!
Um comentário:
Olá, nossa é difícil acrescenatar alguma coisa à sua reflexão, por isso farei apenas uma apreciação, partindo da sua afirmação:" A projeção é uma das especialidades hunanas". Muito bom, o filósofo A. Schopenhauer em sua obra: " Omundo como vontade e representação também afirma a mesma coisa, porém o destaque aqui vai pra descoberta do que é a ilusão e desilusão muito bom! Fantástico! Bjs
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