Muito se fala sobre descobrir a verdade. As vezes eu gostaria de conseguir entender que tipo de verdade é essa que tanto se fala e as pessoas tanto buscam. Seja na fé, na ciência, na filosofia, ou seja lá qual for o ramo, a verdade é sempre algo almejado, algo que o ser humano busca incessantemente para ancorar-se. Em nome de “verdades”, foram cometidas incontáveis atrocidades ao longo da história. E é em nome de verdades que as pessoas acreditam que se formam tantos abismos nas relações humanas.
Ora, se existem assim tantas verdades, como posso eu achar que a minha verdade é a verdadeira? Ou pelo menos a única. Não me refiro a nada específico, nem a crenças religiosas, nem a filosofias de vida... me refiro a todas as coisas de um modo geral, a todas as óticas(não aquelas que vendem óculos) e perspectivas que existem para enxergar cada fato, cada situação, cada coisa que há.
Penso, então, que a verdade está como se fosse atrás de uma enorme lona. E nós, reles seres humanos estamos do lado de cá tentando saber o que está do outro lado.
Fiquei viajando na maionese ontem à noite antes de dormir.
Cada um que busca a sabedoria e adquire esse saber, faz como se fosse um pequeno buraco nessa lona e consegue ver um pouquinho do que está do outro lado, ou seja, um pedacinho da verdade. Não é tudo, mas já é alguma coisa.
O problema, e essa é a grande questão desta minha reflexão, é que esbarramos todos os dias com pessoas que se dizem porta-vozes da verdade absoluta sobre alguma coisa, só por que conseguiram fazer um buraquinho de nada na lona ou pior, acreditaram simplesmente na verdade proclamada por outra pessoa. Essa misteriosa verdade sobre tudo, a vida e a existência, devem ser algo tão maior que tudo que somos capazes de imaginar, que é muita pretensão um ser humano achar que a possui.
Estou feliz por me ser concedido o benefício da dúvida. Pois me parece algo bastante libertador diante de uma verdade qualquer que aprisiona.
Alguém é capaz de responder com absoluta certeza, quantos são os pontos de vista ou ângulos existentes para se avaliar uma simples situação do cotidiano, como perder o ônibus, por exemplo, ou até mesmo a história da evolução do australopithecus ao homo sapiens? Duas, três???
Há quem diga que são apenas duas maneiras de se analisar as coisas... será?
Ou que de acordo com não sei quem, as coisas são assim ou assado. Mas, quem é que merece, assim, tanta credibilidade a ponto de acreditarmos piamente no que diz sobre o ser humano, por maior embasamento científico que exista? Freud, Jung, Iuri Gagarin, Ana Maria Braga??? (cada um com suas afinidades!)
Fico feliz por ter lido alguns livros de Krishamuti e por ter me identificado com suas ideias que me ensinaram que a verdade é algo tão subjetivo e relativo. Não que ele tenha dito isso em seus livros, mas suas palavras ensejam a investigação e o questionamento de todas essas verdades prontas que nos são “meio” que impostas quando a gente nasce.
Cada um acredita na verdade que tem mais afinidade. Isso me parece verdade!
O que posso fazer é continuar me alimentando do conhecimento pronto de quem já se lascou muito pra descobrir e investigar em mim mesma o que acontece quando saboreio cada um deles. Se engulo ou cuspo... a escolha “é” sempre minha.
PS:
é: Depende do condicionamento que nem sequer nos damos conta de que somos vítimas e autores.
Um comentário:
Oi Aline!!
Seja sempre muito bem vinda no meu blog, que bom que gostou dele!
Também achei seu cantinho muito bom, vou acompanhar sempre agora!
Beijos!!
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