quinta-feira, 31 de março de 2011

Desfecho da história

Olá! Vou tentar terminar de contar essa longa história.

Onde parei??? Ah, já sei!
Então, recebi uma mensagem e me lembro bem de como reagi na hora. Antes de ler, apareceu assim: Mensagem de "Doce de abacaxi".
Senti todas aqueles sintomas, como frio na barriga, palpitação e todo o resto...
Agradeço pelas palavras e pelo carinho. Mas acho que está confundindo as coisas. Se quiser, poderá ter a minha amizade. É apenas isso que tenho para oferecer.

Pronto! Acabou! Depois disso eu entendi que era inútil fazer qualquer investida ou tentativa de conquista, por que eu estaria me humilhando para uma pessoa que já deixou claro não ter nenhum interesse em mim. Depois desse dia eu nunca mais liguei, nem toquei no assunto, nem fiz nada que pudesse me expor ao ridículo ou ignorar qualquer sentimento de Amor Próprio que tivesse naquela época. Depois disso eu me desiludi e fiquei envergonhada por ter "confundido as coisas", afinal, quem gosta de fazer papelão?
Quem gosta de pagar paixão??? Quem ia correr atrás de uma pessoa que nem sequer conhece???

Pois é..... EU! Queria muito que tudo isso dito acima fosse verdade. Mas nãããããooooo..... Não foi verdade!!!
Eu fui a idiota que continuou atrás, que nem uma retardada!
Depois da mensagem, que foi claríssima, diga-se de passagem, eu liguei para questionar a afirmação. E falei mais abobrinhas naquela ligação que em toda a minha vida. 
Sinceramente, quando eu me lembro disso, eu penso que foi com outra pessoa!!! 
E levei trocentos foras. 
E continuei cheia de esperanças de um dia conseguir conquistar. 

Um dia, em uma conversa meio em códigos com a minha supervisora, ela mencionou que era uma ótima cupido. Não tardei em pedir a ela que fosse minha cupido. Mas não entrei muito em detalhes.... E para a minha surpresa, a FDP foi me dedurar!!! Aiii,... nunca fiquei tão envergonhada em minha vida como quando o Doce de abacaxi veio me perguntar se eu tinha pedido para a Fulana ser cupido. Não sabia se simulava um infarto ou se negava até a morte. 
Uma outra situação hilária, foi durante uma reunião sobre a ginástica laboral. 
Nunca me esquecerei desse dia. Até hoje tenho vontade de rir. Fomos todos os operadores para uma sala de reuniões para aprender a fazer a ginástica laboral com um profissional de educação física. 
Eu tive que me atrasar, pois estava em um atendimento demorado e estavam todos me esperando. 
Quando entrei na sala, para a minha surpresa, adivinhem quem estava lá!!! 
A SEBÁSTIAN!!!
E como eu sabia??? Sei lá, eu deduzi que fosse ela pela voz, pelo nome que era o mesmo da pessoa que me ligou naquela madrugada e pela maneira dela de se portar e vestir. 
A questão é que a aparência dela era coooommmpletamente diferente de tudo que eu imaginava. Ela era gordinha. Nada contra. Mas ela estava com uma calça colada daquelas de ginástica e com uma camiseta de algodão. Enfim, estava "malarrumada" e com os cabelos amarrados pra trás em um rabo de cavalo. 
Tudo bem que tinha altos problemas de auto estima, me achava feia demais e magra demais... mas me senti linda naquele dia. 
Nunca ousaria, é claro, fazer qualquer comentário sobre isso a alguém. Seria ofensivo e fútil! kkkkkkkk...
Mas o melhor foi o comentário de uma amiga, muito próxima na época, a JP (apelidinho!). 
"Nosssss,,, vocês viram o tamanho da SEBÁSTIAN dela???" Ela se referia ao que ficava em evidência na calça coladíssima. Ficou então batizada a dita-cuja, de Sebástian. E para sempre!!! 
Que o Creosvaldo nunca leia isso!!! Acho pouco provável! kkkkkk

Então, ainda tivemos alguns eventos em que eu sofriiiiiaaa.. que nem uma idiota. Queria ficar perto do Creosvaldo a qualquer custo, queria ouvir sua voz, sentir seu perfume, mesmo que de longe, conversar, vê-lo sorrindo... é, estava como qualquer pessoa apaixonada.
Aconteceram tantas situações em que eu perdia o controle sobre mim mesma. 

Nessa época eu tinha três amigas. Todas sabiam do meu sentimento obsessivo. No dia em que contei pra elas, fiquei sabendo que eu já tinha a fama no Call Center de ser a amante do Doce de Abacaxi. Olha só, levei a fama sem nunca deitar na cama. Tudo isso por causa de uma fofoqueira, que me viu ficando com uma pessoa na boate, que de costas até lembrava um pouco o Creosvaldo. 
Mas eu só soube dessa fama muito depois da poeira ter baixado. Que triste!

Então, um belo dia comprei um diário. Taí a coisa mais idiota que já fiz em toda a minha vida. Aliás, uma das coisas mais idiotas, por que em nome de minhas paixões obsessivas, já fiz muita coisa inacreditável. 
Comecei a escrever nesse diário, o relato dos meus dias obsessivos e dessa minha paixão maluca e descabida. Era um diário amarelinho de papel reciclado, que nem um doce de abacaxi mesmo. Escrevi, escrevi, escrevi... 
E um dia teve uma festa de fim de ano numa boate que na época era bem badalada aqui em Brasília. Seria "a festa", e eu pintei minhas longas madeixas de roxo, passei ferro nelas e fui toda de preto, gatíssima, para a festa.
Queria muito estar linda e impressionar o Creosvaldo com toda a minha simpatia. 
Mas de nada adiantou tanto esforço para impressionar, pois o Doce estava a fim de mostrar alguma coisa pras pessoas e ficou, com uma das pessoas mais idiotas do Call Center. 
Minhas amigas estavam meio doidas nessa festa e eu fiquei chupando dedo, a unica sóbria segurando as pontas. Me lembro de cada detalhe dessa festa. 
Depois desse dia, resolvi que deveria começar a parar de ser apaixonada por essa pessoa. Afinal, tinha deixado de ser um mito e tinha se transformado em uma pessoa como as outras. 
E no outro dia, SONGAMONGAMENTE, entreguei o diário dentro de um envelope de papel pardo. Até hoje não acredito que fiz isso. Se pudesse voltar em algum momento em minha vida, em uma máquina do tempo, voltaria nesse maldito dia e incineraria aquele caderninho. 
Gente, isso não se faz! Nunca façam isso. 
Pois é. Acho que quando escrevi aquele diário, pensava na cara que faria quando entregasse. Sei lá o que eu pensava. Acho que eu não tinha o que fazer mesmo.

Depois desse dia, não demorou muito eu pedi demissão dessa empresa e meu pedido foi muito mal recebido.
Pedi a liberação da multa do aviso prévio, mas o Creosvaldo não quis liberar, alegando que eu não quis colaborar com a empresa (pelo fato de ter pedido demissão). 
Saí com as mãos abanando e com a esperança de conseguir esquecer essa paixão com a distância. 
E ainda dei alguns foras ligando não sei pra que! Ou melhor, dei não, levei mais alguns foras. 

Mas um dia fui na empresa ver minha amiga, que ainda estava trabalhando lá. Daí, encontrei o Creosvaldo, que me tratou com toda a receptividade que nunca houve. Fiquei até surpresa! 
Nesse dia batemos um papo legal, e até fui convidada de um  jeito muito estranho para sair. 
Por um momento até pensei que poderia ter surgido um súbito e repentino interesse por mim. Mas como alegria de pobre dura pouco, o telefone tocou e o Doce de abacaxi teve que sair correndo para socorrer a Sebástian que tinha sofrido um acidente de carro. 
Arriégua!!! Minha noite melou. O pior, é que descobri que naqueles dias eles já não estavam mais juntos. Aff..

Mas Deus sabe o que faz. Quando uma coisa não tem que acontecer, não importa o quanto queiramos ou o que façamos, ela não acontecerá de jeito nenhum.
Além do mais, eu e o Creosvaldo não tínhamos realmente nada em comum. Era uma paixão insana e irracional. Hoje, era um tipo de pessoa que dificilmente atrairia a minha atenção. Tanto pela pessoa que me tornei, como pela pessoa que demonstrava ver.

Faz muito tempo que não vejo o Doce de Abacaxi. E ainda bem! Quando me lembro dessa história, não sei se rio ou se choro! Se tivesse me rendido pelo menos um milhão e meio que nem a Maria do BBB!!!
Mas não me rendeu nada. Só uma lembrança engraçada, que prefiro pensar que nem foi comigo.

A paixão é um sentimento lindo. Mas as vezes, francamente, era melhor não sentir nada. 




segunda-feira, 28 de março de 2011

Aconteceu comigo

Então, vou contar mais uma parte da história.

Depois de ter ligado e  não falado coisa com coisa, mandei a mensagem melosinha de boa noite e para a minha tristeza o telefone tocou por volta da meia noite.
Tristeza por que não era o Doce de abacaxi e sim a Sebastian, a namorada do Doce de abacaxi. 
Não foi assim que ela se apresentou. Esse foi um apelido carinhoso dado pelas minhas amigas de trabalho em uma ocasião que contarei em breve. 
Pois é... a Sebastiam me ligou e falou com toda autoridade quem era e que não era mais para eu enviar mensagens para o celular de seu amore.
Fiquei Xo-ca-da (não foi nem com CH, foi com X mesmo!) 
Não sabia nem o que responder, já que eu estava, de certo modo, invadindo o espaço alheio. Disse apenas: Tudo bem, desculpe-me! Mas fiquei em cólicas a noite inteira. 
No outro dia, não resisti e ignorei totalmente as ordens da Sebastian. Depois do trabalho, liguei novamente para o Creosvaldo e aproveitei a deixa para ouvir a doce voz do meu amor eleito. A desculpa da vez? A Sebastian, é claro! Se desse pra queimar o filme dela um pouquinho seria ótimo, mas se desse apenas para ouvir a voz, já estaria no lucro. 
Liguei. E comecei pedindo desculpas se causei algum incômodo ou transtorno, pois não queria invadir o espaço de ninguém, pois tinha acabado de sair de um relacionamento em que uma outra pessoa havia entrado na história de uma hora pra outra e eu estava me sentindo com a vida invadida, traída, sei lá. Falei um monte de coisas - do meu script previamente ensaiado - e o Doce de abacaxi ficou, no início, sem entender muito bem o que estava acontecendo. E quando eu o deixei falar, pediu que eu explicasse o motivo de tudo aquilo.
Expliquei, então, que a Sebastiam tinha me ligado e tinha dito que quem era e que não era pra eu ficar enviando mensagens para o celular do seu Creosvaldo. 
Noooossss,, gente! O Creosvaldo ficou sem palavras. E eu não sabia nem o que dizer, estava tão satisfeita e insegura. Queria ouvir alguma coisa que me desse esperança, mas nada era dito e eu achava que tudo que era dito significava alguma coisa. 
Desliguei e acho que nessa noite eu nem dormi. Pensava e repensava trocentas vezes, que nem uma psicopata em tudo que aconteceu, em tudo o que disse.

Passaram-se os dias do repouso e eu esperei muito muito muito ansiosa pelo dia do retorno. 
E o dia chegou e nada aconteceu. Praticamente não nos vimos, não nos cruzamos pelos corredores e meu estômago ferveu horrores de ansiedade.
No segundo dia eu não aguentei e mandei outra mensagem melosa. Não me lembro exatamente como era, mas era algo do tipo: Bom dia, minha flor! Que seu dia seja maravilhoso... Sei lá, acho que foi mais ou menos isso!!! 
À propósito, a mensagem melosa da meia noite era mais ou menos assim: Boa noite, minha estrela. Passarei a noite olhando para o céu tentando te encontrar....

Então, mandei a mensagem de bom dia e para a minha surpresa, recebi uma respostinha:

Alguém adivinha o que estava escrito???

(Fica pra próxima. Tenho que colocar a cria pra dormir.)

domingo, 27 de março de 2011

Aconteceu comigo

Resolvi criar mais uma abinha com algumas histórias da minha vida. São histórias que considero no mínimo cômicas ou trágicas, depende do ponto de vista.
Não consegui inventar um nome melhor pra batizá-la. Se alguém tiver uma sugestão melhor que "aconteceu comigo" please...

Então vamos lá!
Hoje quero contar uma história trágica e cômica. Trágica na época, cômica hoje. Aliás, mais que cômica - trash!
Tem muitos personagens, então, para não dar nome aos bois, darei apelidos a todos.
É uma história grande, por isso vou contar em várias partes.


Doce de Abacaxi - o Creosvaldo!

Quando era adolescente, meu nome era Paixão e meu sobrenome Aline. Nunca conheci alguém que se apaixonasse tanto e por tantas pessoas tão facilmente. Foi assim com o Doce de abacaxi - o Creosvaldo.
Sabe aquelas paixões que te tira toda razão e te faz um completo idiota? Essa foi uma delas! (de muitas que tive)

Aos 18 anos, fui trabalhar em uma empresa como operadora de telemarketing. Estava no fim de um relacionamento (que depois falo sobre ele) e com o coração aberto para novas paixões.
Ainda na fase de treinamento, em um belo dia ensolarado, os gestores foram a sala se apresentar e junto com eles entrou uma pessoa que apelidei de Doce de abacaxi (e Creosvaldo) e que me apaixonei instantaneamente. Mas foi assim mesmo. INSTANTANEAMENTE! Mais rápido que fazer miojo. Sem critério algum. Olhei e me apaixonei.
Esse foi só o início de uma história ala Maria do BBB 11.
No início, obviamente, cultivei a imagem do meu Doce de abacaxi em algum altar dentro de mim, em uma espécie de veneração particular.
Tinha todos os sintomas conhecidos desse mal: Palpitação, mãos frias e suadas, gagueira, desequilíbrio na hora de caminhar (daqueles que a gente vira o pé e dá uma mancada!) e o pior de todos, a amnésia temporária durante qualquer diálogo. Era uma completa idiota!
Qualquer instante de proximidade era o suficiente para me paralisar, aliás, paralisar meu cérebro. Cada detalhe era visto no macro, como uma lente de aumento. O perfume, eu sentia a léguas de distância e o pior de tudo era a reação que o barulho do sapato causava em minha coordenação motora. Inacreditável.
O Doce de abacaxi ocupava o cargo de coordenação do call center, então ainda tinha aquele mito de chefe, aquela posição de poder que me atraia muito.

Mas o pior ainda está por vir. Compartilhei com um colega gay de corredor e ele solicitamente descobriu o telefone do Doce de Abacaxi e tadinho, foi demitido por isso. Aliás, tadinho nada! Depois disso ele foi pra Itália e está lindíssima lá!
Então, era véspera de feriado e o Doce de Abacaxi faria uma cirurgia e além do feriado, passaria mais um período sem aparecer na empresa. Pensei: Nossa, é tempo demais sem ver meu Docinho! Vou aproveitar o feriado e telefonar. Era a deixa que eu precisava.
Naquela época, acho que eu tinha apenas minhocas na cabeça. Vivia em um mundo paralelo, só pode!
E foi então, que começou a tragicomédia romântica da história do Doce de abacaxi - o Creosvaldo.

No primeiro contato inventei uma desculpa esfarrapada de querer saber como estava e como foi a cirurgia. Depois fui com um papo de que admirava muito o trabalho e a postura profissional... blá blá blá. Um papo sem pé nem cabeça. Me lembro bem que ensaiei o script durante dias, premeditando cada possível reação ou resposta. E depois do telefonema, passei mais alguns dias relembrando de cada frase e imaginando como fui interpretada.

Depois disso, foi só agonia. Acho que nunca tive tanta gastrite em minha vida. Como eu, verde pra vida, carente até os ossos, cheia de complexos, magra demais, feia demais, desisteressante demais (eu achava tudo isso naquela época. Mas hoje me acho linda! kkkkkk), ia conseguir atrair uma pessoa tão "poderosa" e tão cheia de atributos como o Creosvaldo???

Do primeiro telefonema até o dia do exorcismo foi uma angustia só.
Esperei ansiosamente pelo fim do feriado e dos tais dias de repouso, apenas para rever a figura. Foram longos dias entediantes. Tão entediantes, que não resisti e telefonei mais uma vez. Foi a mesma saga. Pensei e repensei em scripts possíveis e adequados e em alguma coisa para impressionar. Mãos suadas, respiração descompassada, palpitações... e falei um monte de bobagens!
As vezes não acredito que essa Aline é a mesma Aline de hoje. Digo, que não era outro espírito no mesmo corpo.
Depois de desligar o telefone, além de me xingar pelas bobagens ditas, escrevi uma mensagem melosa de boa noite.
Naquela época, eu tinha uma enorme necessidade de demonstrar todos os meus sentimentos, principalmente se fossem afetos. Acreditava, que meu bem querer era um argumento suficiente em uma conquista. Me sentia, com essas investidas, como se os meus pés estivessem a um palmo do chão, como se tivesse acontecido alguma coisa muito extraordinária, importante, sei lá.

Mas para a minha surpresa, o telefone tocou por volta da meia noite.
Por sorte, estava apenas em companhia de minha amada prima Michelle, companheira fiel de meus muitos momentos de paixonites agudas e desvairadas.

E quem era??? Alguém adivinha???


(A história continua no próximo post)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Poesia alheia





Motivo 


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. 
Não sei se fico ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Cecília Meireles

Gosto imensamente deste poema! 
Representa tudo que é uma parte de mim e tudo que a outra parte de mim quer ser.

domingo, 20 de março de 2011

O jardim do amor


Não me lembro de um tema que gere mais assuntos e reflexões que este: O AMOR.
Afinal, o que é esse tal amor? Como se define, se caracteriza? Será o amor um sentimento explicável com palavras? Será que existem palavras suficientes em suas definições para expressarem como se define?
As vezes não acredito nisso, uma vez que para tantas pessoas e tantas culturas o amor possui uma definição.
Então, tentarei analisar por um outro ângulo, por aquele que enxerga os frutos, o resultado desse sentimento.
Tudo que existe partiu de um sentimento. Em algum momento, alguém sentiu algo que o motivou a agir. Assim também é o amor. 

Mas como é exatamente? Como nasce esse sentimento? O que o motiva, o alimenta e para que serve?
Será que o amor, como uma planta, nasce de uma semente germinada, cresce, se desenvolve... e morre um dia? O amor, ele morre um dia de velhice? Como uma árvore velha, com seu tronco forte, suas raízes profundas e seus galhos abundantes , será que morrerá um dia ou se renovará em outros “frutos” dando continuidade a existência nesse ciclo infinito de renovação?

Se o amor nasce como uma árvore, necessita de uma semente. Pode ser plantada ou germinada quase que por acaso, como por um passarinho cupido, ou quem sabe uma ventania qualquer.

Alguém já plantou uma sementinha do amor em você? E virou uma árvore ou morreu ainda pequena? E o seu terreno, o terreno do seu coração, é fértil e propício para nascer o amor? A terra é fofa, adubada...? À propósito, como será que se aduba o terreno do amor? Será que da mesma maneira que se aduba a terra? Será que precisamos de algumas minhocas para afofar e alguns alimentos deteriorados para virar humos? Sei que meu terreno é muito fértil. O que tem de “caraminhocas” em minha cabeça não é brincadeira!

Além disso, não faltam alimentos deteriorados, feitos de experiências, histórias, decepções, amores perdidos, paixões não correspondidas e tantas outras coisas, que nem sei, para adubar esse terreno. E como tenho histórias...

E essa semente, uma vez plantada, em um terreno fértil, propicia o nascimento de uma plantinha que cresce forte e bonita, se as condições forem favoráveis, ou ela definha e morre por falta de condições.

E como é então que esse amor pelos outros ou dos outros por nós pode ser plantado em nossos corações como uma semente? Será, assim, por acaso ou depende de alguma ação?

Já tentei plantar algumas sementes nos corações alheios. Algumas germinaram, outras teimaram em nunca nascer. Umas porque coloquei água demais, outras de menos, ou os terrenos não eram férteis, ou não soube como plantar naquele tipo de terreno.

Algumas pessoas também plantaram sementes em meu coração. E digo que meu terreno é tão fértil quanto o solo brasileiro, “que se plantando tudo dá”.
Pois é... Mas mesmo em terrenos férteis, o amor precisa de cuidados para sobreviver. Tomar sol, água, vento e outros cuidados. Como cada tipo de planta necessita de cuidados e ambiente específicos, assim o amor também é. 
Seria como tentar plantar uma rosa no deserto ou nas montanhas de gelo ou expor demasiadamente ao sol.

Se você quer que sua plantinha viva no coração alheio, ou seja, que o seu amor viva em outro coração, cuide para que isso aconteça. O amor precisa ser nutrido e cuidado para que não definhe. Mas fique atento! Cada plantinha requer um cuidado específico. Não adianta encharcar um cacto e esperar que ele cresça.

Tem “amores” que são rosas, extremamente belas e intensas, porém, com espinhos e destinadas a uma vida curta – a paixão! Outros são como orquídeas, delicadas, frágeis, encantadoras e refinadas... Outros são violetas, que precisam da medida certa de água, um pouco de sol e um pouco de vento. Não crescem muito, mas sempre dão novas flores. Outros são samambaias, extravagantes, exageradas, se espalham por todos os lados, mas resistem a muitas adversidades se estiverem expostas. Qual o amor que você cultiva? Qual é o tipo de terreno que você está plantando a sua semente? Aliás, o que você está plantando no coração alheio? Rosas, orquídeas, cactos, samambaias, violetas, arbustos, ou um pouco de cada? Será que o terreno que você escolheu para plantar o seu amor é propício e oferece as condições necessárias para que germine e cresça? E será que você está cuidando como se deve da sua plantinha, aquela que vive no coração da sua pessoa amada? Por que – “ora!” – se você deseja que ela floresça de maneira abundante, então cuide você da sua planta e não espere que ela sobreviva por si só ou que outra pessoa cuide dela por você. O amor é fruto de cuidado, ninguém é obrigado a te amar. 

Um grande erro de jardinagem, muito cometido, é plantar sua semente no coração alheio e esperar que esse alheio cuide da sua semente. Cada um que cuide da sua plantinha nos corações alheios. Cada um que cuide para que ela viva e cresça bela e forte. 
Uma regra básica de jardinagem do amor, é que cada um cuide do seu terreno. Cuide de manter limpo o imenso jardim do seu coração. Junte as pedras, as folhas secas, faça a poda das árvores que você plantou em si mesmo para deixar entrar luz e calor para vida e beleza, atraindo para si, os pássaros, borboletas, beija-flores...

Imagine que você se apresenta para o mundo, no que se refere ao amor, como um jardineiro do seu próprio jardim. 

Como anda seu jardim?

Então, melhor seguir o conselho de Shakespeare, “plante seu jardim ao invés de esperar que te tragam flores.”

segunda-feira, 14 de março de 2011

Final feliz

Acredito que em algum momento, pelo menos grande parte das pessoas já parou para imaginar-se como um personagem de um filme – o filme da própria vida. E como protagonista e telespectador ao mesmo tempo, sente e avalia a história, antevendo cenas, finais felizes e recompensas. 
Eu e minha querida irmã, em nossas muitas conversas filosóficas e irreverentes, nunca deixamos de reverenciar a trágica influência dos filmes de sessão da tarde que muitas ex-crianças de hoje, passaram boa parte da vida assistindo. Eu e ela, pelo menos, assistimos muitos. 
Como protagonista do meu filme, eu e muita gente que conheço, ainda carregamos o vício do final feliz, quando tudo dá certo e é esclarecido, o vilão se dá mal e o mocinho legal é recompensado das injustiças e fraudes. 
Pois é... quando a gente cresce e a vida nos obriga a perceber que não existem finais de filme, pois depois do final do filme a vida continua e nem sempre as injustiças são reparadas, nem sempre o mocinho é recompensado e o vilão que sacaneou o mocinho, só por que tinha inveja das virtudes genuínas dele, tem a punição justa, vem o sentimento de frustração e fragilidade. 
Na vida real o vilão nem sempre é vilão e o mocinho nem sempre é mocinho. Na vida real, o ser humano é dotado de muito mais complexidade e facetas, que nos filmes “trashs” de sessão da tarde. Ninguém é totalmente legal ou malvado.
Na vida real, sou vilã de mim mesma e mocinha ao mesmo tempo. E o final feliz depende mais da forma como eu encaro as coisas e com o que faço com elas do que como o mundo e as pessoas se movem.
Grande parte das patologias humanas é decorrente de enfermidades psicológicas, viciações, falta de amor próprio...
E deixar-mos levar pela vida como barcos a deriva, sem filtrar cada estímulo interno e externo, é o mesmo que estar a mercê e aceitar o que vier de braços abertos, seja algo bom ou um lixo qualquer. 
É que raciocinar dá trabalho, dá preguiça. Avaliar cansa, dá fadiga... é muito mais fácil ir como a letra de Zeca pagodinho: “Deixe a vida me levar, vida leva eu...”  
Parece, mas não é tão simples assimilar o óbvio. Não importa o que você faça, as coisas podem ou não dar certo e se não derem certo, não dá pra ficar esperando o final feliz.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Carnaval da Super Sofia

Olha, ter filho é assinar para sempre um atestado de "bobo". Geeente, eu fico bocoió! Retardada com a minha filha. É uma graça!
Nesse carnaval, fomos levá-la ao bloco da Baratinha, que tem aqui em Brasília no parque da cidade. E como decidimos ir de última hora, tivemos que improvisar uma fantasia. Já que minha mãe é costureira, aproveitei uma camisetinha do Super homem, que ela ganhou do meu irmão e olha só o que deu!


Super Sofia!
 Tem como não ficar boba???

segunda-feira, 7 de março de 2011

Poesia alheia

Sempre gostei muito de poesia. Quando era criança e pré-adolescente, lia e escrevia muitas poesias, algumas (se não todas) dedicadas as minhas ridículas paixões platônicas.

Postarei aqui, as poesias alheias de que mais gosto. Apenas para compartilhar meu gosto com as pessoas que também apreciam essa maneira tão sensível de expressar sentimentos.

Vamos lá então!!!

A primeira delas foi uma das responsáveis pelo meu despertar para versos e rimas.
Nada mais nada menos que Vinícius de Moraes.


Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Outro que declamei muitas vezes por descrever exatamente meus sentimentos é esse do "doentio e nervoso" Augusto dos Anjos:

Versos Íntimos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Vou colocando aos poucos! Por hoje, esses já me fizeram pensar muitas coisas e trazer à superfície muitos sentimentos. 

sábado, 5 de março de 2011

Conhece-te a ti mesmo (Sócrates)

Não sei se todos sabem, mas sou estudante de Gestão de Recursos Humanos. É um curso muito rico e recomendo para quem gosta de lidar com pessoas e também (aliás, principalmente) para quem não gosta de lidar com pessoas. No meu caso, eu amo! 
Estou postando aqui - na aba Recursos Humanos- alguns textos que escrevo para a faculdade. Todos são embasados em conceitos teóricos e regados com uma boa dose de mim mesma. 
... pois é... hoje me lembrei da teoria de um amigo (não sei quem criou) que diz que cada pessoa busca em sua profissão resolver algum problema pessoal. Será?
Por exemplo, quem escolhe fazer fonoaudiologia, de acordo com essa teoria, possui algum problema na fala ou tem algum parente que tem problemas na dicção. Do mesmo modo quem faz psicologia, busca na verdade compreender a si mesmo de maneira profunda e intensa. E os médicos certamente possuem algum parente doente e fizeram medicina para cuidar dessa pessoa. 
Eu não sei não! 
Penso então: Qual será o motivo oculto que me motiva a estudar gestão de RH? Será que é por que na maioria das vezes tive péssimos gestores desprovidos de qualquer procedimento técnico em suas atitudes? Ou será que quero aprender a gerir a mim mesma ou "as mins mesmas"?
Por que tenho que confessar, que gerir a si mesmo é a tarefa mais difícil desse processo. É como gerir uma equipe de pessoas completamente diferentes. É ter que se dar conta de cada ato, impulso, ação e reação, analisando a origem, os motivos, as consequências, os prós e contras de cada suspiro. Quase neurose. Porém, necessária.
Um profissional de RH não pode agir ao bel prazer de seus impulsos e caprichos. Deve aprender a ponderar e policiar-se, premeditando ao máximo o resultado que almeja em suas ações. Até que isso desenvolva a inteligência emocional. 
Tarefa fácil??? Faciiinnn... Isso não ensinam em nenhuma faculdade. 
Isso se aprende com os hematomas que a vida deixa.