Quando não acreditar em mais nada, lembre-se que sempre
haverá alguém com um coração transbordando de sentimentos e que acredita que
vale a pena amar.
Hoje, pra falar qualquer coisa tem que ser especialista.
Do contrário cai no senso comum, no achismo, na tolice de falar sobre alguma
coisa que não se sabe bem.
Hoje em dia, gerenciar pontos de vista diferentes sobre
qualquer assunto virou uma tarefa quase impossível. Basta observar os debates
informais na internet sobre política. Cada um se agarra a própria opinião com
unhas e dentes como se mudar de ideia ou considerar que seu ponto de vista pode
estar errado o fizesse perder totalmente a dignidade.
Isso também faz de mim uma pessoa bem indecisa (não pra
tudo). Meu Deus, como eu sou indecisa! Entre pipoca doce e salgada, “põe a doce
no fundo e a salgada por cima!”. Ao mesmo tempo, não sou determinantemente
nada... Sou paradoxo.
Sou extremos e opostos coabitando num mesmo corpo. Sou
capaz de tudo e de nada. Sou quente e fria... intensamente quente e
intensamente fria e sou intensa até não poder mais - eu já disse isso aqui!!!
E como não sou especialista em nada, a não ser em mim
mesma, descobri por que tem sido tão difícil escrever nesse blog. Minha
dificuldade estava em falar daquilo que não me pertence. No receio de ser
leviana em expor meus pontos de vista sobre qualquer assunto e estar sendo
muito unilateral, limitada, preconceituosa.
Ok. Pensei um pouco sobre isso e caí de novo no ciclo
vicioso de pensamentos sem fim, pois seja qual for a análise ou ponto de vista
de quem quer que seja sobre qualquer assunto, será, pois, sempre unilateral,
será sempre a opinião, sempre a análise que parte desse ou daquele ângulo de
visão. Afff... isso é tão óbvio! Portanto não tenho como escapar do meu
achismo! Fôda-se então! Era isso que queria dizer. Meu blog não é cientifico, é
empírico!
Gostaria de abrir esse espaço para outras vozes, para
outras emoções. E falar sobre elas, as emoções, e também sobre os sentimentos
que carregamos e ignoramos.
Percebo, enfim, que a sociedade, essa entidade organizada
em padrões diversos trata a natureza emocional humana de maneira irresponsável.
A prova disso é essa neurose capitalista e superficial que se revela nas
relações humanas.
Os papéis escolhidos para representar na vida têm sido
valorizados além dos sentimentos manifestados pela natureza das relações. Os
padrões de relacionamento estabelecidos por esse modelo cultural têm determinado
como as emoções humanas devem se manifestar e não as emoções humanas tem
definido padrões, até por que não bastariam jamais.
O ser humano é indescritivelmente multifacetado. Seria
pretensioso tentar enquadrá-lo em definições e conceitos. Seria pretensioso
tentar definir o modo “humano” de agir, visto que todas as coisas podem representar
o modo “humano” de agir.
Voltando a minha pessoa, observo que sofro do mal do
rótulo e da necessidade de dar nome as coisas, defini-las. E pior, sofro do mal
de ser enquadrada em rótulos, definida.
E quando aparecem esses rótulos é bastante engraçado, pois
variam de extremo a extremo.
E em meio a tantas definições e padrões recomeço a escrever
meus pensamentos e reflexões sobre os que vejo, o que sinto e o que sou. Em
prosa, verso, poesia, melodia ou simples textos sem conclusão, me permito
devanear nesse amontoado de ideias.
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