Michelle é uma colega de trabalho, gravidinha, e muito simpática.
Ela tem uns 28 anos e um filho de 15. Então imaginem, ela engravidou aos 13 anos e passou maus bocados.
Seus pais são separados. Na separação, o pai, por ter uma condição financeira mais privilegiada que a mãe, conseguiu na justiça o direito a guarda dos dois filhos: A Michelle e o irmão (cujo nome não sei!).
Porém, aos 13 anos de idade a Michelle engravidou de um militar de 19 anos. Foi um escândalo e seu pai não aceitou de jeito nenhum a sua filha grávida colocando-a para fora de casa.
Sua mãe, então recém-casada, acolheu a filha, dando todo apoio e assistência que necessitou, criando seu neto e sua filha com todo amor e carinho. Seu atual marido assumiu o papel de pai de Michelle e de avô de seu filho Lucas, que é apaixonado pelos avós e encontra neles uma referência.
Mas não é a história dela que vou contar não. Vou contar a história que ela me contou.
É a história da menina Kôral. Uma criança de 6 anos que tornou-se membro da família.
Certo dia, conta Michelle, sua mãe estava em casa (é dona de casa) e tocou uma mulher à campainha. Essa mulher era meio hippie, toda tatuada e tinha com ela uma criança de aproximadamente 3 anos. A Kôral.
A mulher disse:
_ A senhora poderia olhar minha filha hoje pra mim. Pois estou doente e preciso ir ao médico e não posso leva-la.
A senhora, de nome Ana, achou aquilo muito entranho, mas colocou a criança pra dentro de sua casa. A mulher então se identificou e disse que era amiga de uma conhecida dessa senhora. E foi embora.
Anoiteceu e a mulher não deu as caras. Ela não tinha deixado roupas, nem nada para a criança pernoitar na casa da “estranha” e tampouco deu um telefonema para saber como estava sua filha.
O marido de Ana chegou e achou muito entranho o fato da mãe ter deixado aquela criança linda ali na casa de estranhos e decidiu, então, ir na casa da conhecida a que a mãe da criança se referiu para confirmar se era mesmo verdade.
Ao chegar na casa dessa conhecida, se deparou com a outra filha dessa mulher, que também tinha sido deixada lá pela mãe. A conhecida (também não me lembro o nome), informou que de fato, a mãe estava doente e que tinha deixado sua filha Jade lá para ir ao hospital.
O marido de Ana decidiu voltar pra casa com a menina, a Kôral, e esperar que a mãe voltasse do hospital. A criança ficou na casa, com os “estranhos”, tranquilamente, brincando, como se os conhecesse há muito tempo.
Michelle conta que na primeira noite tiveram que improvisar roupas para a criança dormir e que foi um sufoco pois a menina ainda fazia xixi na cama.
Mas a noite correu bem. Em nenhum momento a criança chorou ou perguntou pela mãe.
(Se fosse a minha filha ia estrebuchar de chorar perguntando por mim).
Ok. No outro dia tentaram contato com a mãe pelo número de celular que ela tinha deixado. E para a surpresa a mulher atendeu e disse que ainda estava internada no hospital de base e perguntou se Ana poderia cuidar de sua filha por mais um tempo, até ela se recuperar. Ana não teve escolha e não pensou duas vezes. Uma criança tão frágil e tão graciosa ali, precisando dela. Não poderia negar nenhuma ajuda.
E a menina foi ficando.
Ana e seu marido, compraram roupas tudo que a criança precisava no momento e foram cuidando dela... se afeiçoando a ela... e a mãe, nada de aparecer.
Uma semana depois (se não me falha a memória) a mãe de Kôral aparece na porta da casa de Ana com uma mala na mão. E então diz a Ana que precisa fazer uma viagem e pede que continue cuidando da Kôral. Bom, a Kôral já estava lá e estava muito bem. Certamente poderia continuar.
E a mulher se foi.
Dois meses depois a mãe reaparece acompanhada de um rapaz. O apresenta como namorado e diz que em breve se casará e levará Kôral para morar com eles.
Ana observa o rapaz e sugere a mãe que primeiro organize sua vida e quando ela tiver sua casa e tudo estruturado, que ela vá buscar a menina, pois ela estava muito bem lá.
O namorado da mãe foi apresentado como policial militar. E demonstrou ter se apaixonado pela menina.
Porém, a mãe não retornou nos dias seguintes para visitar a menina. Mas seu namorado sim. Ele ia constantemente visitar a criança na casa de Ana e sempre dizia que estava passando por ali e que a mãe de Kôral estava em casa e não pode ir.
Depois de umas 3 visitas Ana começou a estranhar a atitude desse rapaz e pediu ao seu marido que chegasse mais cedo do trabalho para averiguar.
Foi quando o namorado da mãe veio para mais uma visita. Ao se deparar com o marido de Ana em casa aparentou desconforto. Mas foi recepcionado com a maior educação.
Ele pediu para segurar a menina no colo. Mas o marido de Ana não permitiu. Disse que a menina não gostava de colo. Ele pediu, então, para levar a menina para passear. O marido de Ana disse que tudo bem, ele poderia levar a menina para passear desde que ele também fosse junto. Foi então que o suposto policial percebeu que não seria fácil ter acesso a criança e desde aquele dia não apareceu mais na porta da casa de Ana.
Depois de algumas semanas a mãe apareceu e disse que tinha terminado tudo com aquele namorado e que faria uma viagem para o São Paulo, pois pretendia comprar algumas peças para artesanato. E mais uma vez, foi embora.
Após alguns meses, ela voltou novamente a porta de Ana e pediu para levar a filha para ir a uma festa com ela.
Ana disse a mãe, que cuidaria da menina até que ela tivesse condições de assumi-la. Pois ela era a mãe.
Bom, mas a noite da mãe não foi como esperava. A menina não quis permanecer com a mãe na festa e muito menos dormir no local em que a mãe estava. Chorou, teve febre e aporrinhou a mãe com saudades de Ana e do marido, a quem ela já considerava seu pai.
Foi então que o marido de Ana saiu de madrugada para buscar Kôral no outro lado da cidade. E foi só chegar em casa para a menina melhorar.
A mãe então disse que viajaria para o Uruguai para tentar um trabalho e que quando estivesse em condições, voltaria para buscar a filha.
E desde então, nunca mais apareceu.
Hoje, Kôral tem 6 anos e diz para quem quiser ouvir que Ana é sua mãe, pois ela saiu de sua barriga.
Para Ana e seu marido, Kôral também é amada como filha, pois como dizem suas palavras, eles são capazes de matar e morrer por ela.
Todos os anos, Ana prepara com apreço a festinha de aniversário de Kôral e convida todos os seus amiguinhos da vizinhança.
Há algum tempo, tentou conseguir adotar a menina. Mas a burocracia a impediu, pois a mãe está viva, embora desaparecida e para que ela consiga a adoção, deve passar por todos os processos e a menina teria que ficar em um orfanato por um tempo.
“Deus me livre! De jeito nenhum!” – eles disseram. Não querem que a menina passe um dia sequer em um orfanato.
O problema com a burocracia começou quando precisaram viajar. Tinham muito medo que tivessem problemas, pois a certidão de nascimento, único documento deixado pela mãe, não dava direitos ao casal de viajar com a criança.
Foi um sufoco, conta Michelle. Seus pais viajaram com um monte de dinheiro no bolso, preparados para pagar a qualquer guarda ou policial que pedisse os documentos da criança. Ana disse que se a pegassem, ela não ia desgrudar da menina, que iria ande ela estivesse.
Por sorte nada aconteceu nas viagens. Mas o problema persistiu quando Ana quis matricular Kôral na escola. Afinal, ela já tem 6 anos. Como poderia sem documentos que lhe davam a guarda.
Procurou a justiça, mas a burocracia é a mesma. Mas por sorte, conseguiu com um amigo que trabalha na Vara da Infância, um documento dando a guarda provisória para que a menina comece a estudar.
Nesse momento, Ana e seu marido apenas temem que a mãe volte e queira reclamar algum direito. Há dois anos ela não aparece e a menina mal se lembra quem ela é. Mas perante a justiça, ela tem todos os direitos.
Ana e seu marido não conseguem mais imaginar suas vidas sem a presença da Kôral Ela se tornou um membro da família e é muito amada por todos, não apenas pelos pais adotivos.
Quando ouvi Michelle contando a história da Kôral, vi o amor em seus olhos e fiquei muito emocionada com cada detalhe que ela ia me contando.
Nesse mundo tão carente de amor, em que muitas crianças sofrem pelo desafeto dos próprios pais, Ana e seu marido dão um exemplo de amor.
E mais do que isso, a vida nos faz pensar sobre os mistérios de Deus ao agir sobre as coisas.
Imaginem, alguém toca a sua campainha e te dá uma crinaça para você amar;
Essa é uma verdadeira história de amor que compartilho com vocês.
Ela tem uns 28 anos e um filho de 15. Então imaginem, ela engravidou aos 13 anos e passou maus bocados.
Seus pais são separados. Na separação, o pai, por ter uma condição financeira mais privilegiada que a mãe, conseguiu na justiça o direito a guarda dos dois filhos: A Michelle e o irmão (cujo nome não sei!).
Porém, aos 13 anos de idade a Michelle engravidou de um militar de 19 anos. Foi um escândalo e seu pai não aceitou de jeito nenhum a sua filha grávida colocando-a para fora de casa.
Sua mãe, então recém-casada, acolheu a filha, dando todo apoio e assistência que necessitou, criando seu neto e sua filha com todo amor e carinho. Seu atual marido assumiu o papel de pai de Michelle e de avô de seu filho Lucas, que é apaixonado pelos avós e encontra neles uma referência.
Mas não é a história dela que vou contar não. Vou contar a história que ela me contou.
É a história da menina Kôral. Uma criança de 6 anos que tornou-se membro da família.
Certo dia, conta Michelle, sua mãe estava em casa (é dona de casa) e tocou uma mulher à campainha. Essa mulher era meio hippie, toda tatuada e tinha com ela uma criança de aproximadamente 3 anos. A Kôral.
A mulher disse:
_ A senhora poderia olhar minha filha hoje pra mim. Pois estou doente e preciso ir ao médico e não posso leva-la.
A senhora, de nome Ana, achou aquilo muito entranho, mas colocou a criança pra dentro de sua casa. A mulher então se identificou e disse que era amiga de uma conhecida dessa senhora. E foi embora.
Anoiteceu e a mulher não deu as caras. Ela não tinha deixado roupas, nem nada para a criança pernoitar na casa da “estranha” e tampouco deu um telefonema para saber como estava sua filha.
O marido de Ana chegou e achou muito entranho o fato da mãe ter deixado aquela criança linda ali na casa de estranhos e decidiu, então, ir na casa da conhecida a que a mãe da criança se referiu para confirmar se era mesmo verdade.
Ao chegar na casa dessa conhecida, se deparou com a outra filha dessa mulher, que também tinha sido deixada lá pela mãe. A conhecida (também não me lembro o nome), informou que de fato, a mãe estava doente e que tinha deixado sua filha Jade lá para ir ao hospital.
O marido de Ana decidiu voltar pra casa com a menina, a Kôral, e esperar que a mãe voltasse do hospital. A criança ficou na casa, com os “estranhos”, tranquilamente, brincando, como se os conhecesse há muito tempo.
Michelle conta que na primeira noite tiveram que improvisar roupas para a criança dormir e que foi um sufoco pois a menina ainda fazia xixi na cama.
Mas a noite correu bem. Em nenhum momento a criança chorou ou perguntou pela mãe.
(Se fosse a minha filha ia estrebuchar de chorar perguntando por mim).
Ok. No outro dia tentaram contato com a mãe pelo número de celular que ela tinha deixado. E para a surpresa a mulher atendeu e disse que ainda estava internada no hospital de base e perguntou se Ana poderia cuidar de sua filha por mais um tempo, até ela se recuperar. Ana não teve escolha e não pensou duas vezes. Uma criança tão frágil e tão graciosa ali, precisando dela. Não poderia negar nenhuma ajuda.
E a menina foi ficando.
Ana e seu marido, compraram roupas tudo que a criança precisava no momento e foram cuidando dela... se afeiçoando a ela... e a mãe, nada de aparecer.
Uma semana depois (se não me falha a memória) a mãe de Kôral aparece na porta da casa de Ana com uma mala na mão. E então diz a Ana que precisa fazer uma viagem e pede que continue cuidando da Kôral. Bom, a Kôral já estava lá e estava muito bem. Certamente poderia continuar.
E a mulher se foi.
Dois meses depois a mãe reaparece acompanhada de um rapaz. O apresenta como namorado e diz que em breve se casará e levará Kôral para morar com eles.
Ana observa o rapaz e sugere a mãe que primeiro organize sua vida e quando ela tiver sua casa e tudo estruturado, que ela vá buscar a menina, pois ela estava muito bem lá.
O namorado da mãe foi apresentado como policial militar. E demonstrou ter se apaixonado pela menina.
Porém, a mãe não retornou nos dias seguintes para visitar a menina. Mas seu namorado sim. Ele ia constantemente visitar a criança na casa de Ana e sempre dizia que estava passando por ali e que a mãe de Kôral estava em casa e não pode ir.
Depois de umas 3 visitas Ana começou a estranhar a atitude desse rapaz e pediu ao seu marido que chegasse mais cedo do trabalho para averiguar.
Foi quando o namorado da mãe veio para mais uma visita. Ao se deparar com o marido de Ana em casa aparentou desconforto. Mas foi recepcionado com a maior educação.
Ele pediu para segurar a menina no colo. Mas o marido de Ana não permitiu. Disse que a menina não gostava de colo. Ele pediu, então, para levar a menina para passear. O marido de Ana disse que tudo bem, ele poderia levar a menina para passear desde que ele também fosse junto. Foi então que o suposto policial percebeu que não seria fácil ter acesso a criança e desde aquele dia não apareceu mais na porta da casa de Ana.
Depois de algumas semanas a mãe apareceu e disse que tinha terminado tudo com aquele namorado e que faria uma viagem para o São Paulo, pois pretendia comprar algumas peças para artesanato. E mais uma vez, foi embora.
Após alguns meses, ela voltou novamente a porta de Ana e pediu para levar a filha para ir a uma festa com ela.
Ana disse a mãe, que cuidaria da menina até que ela tivesse condições de assumi-la. Pois ela era a mãe.
Bom, mas a noite da mãe não foi como esperava. A menina não quis permanecer com a mãe na festa e muito menos dormir no local em que a mãe estava. Chorou, teve febre e aporrinhou a mãe com saudades de Ana e do marido, a quem ela já considerava seu pai.
Foi então que o marido de Ana saiu de madrugada para buscar Kôral no outro lado da cidade. E foi só chegar em casa para a menina melhorar.
A mãe então disse que viajaria para o Uruguai para tentar um trabalho e que quando estivesse em condições, voltaria para buscar a filha.
E desde então, nunca mais apareceu.
Hoje, Kôral tem 6 anos e diz para quem quiser ouvir que Ana é sua mãe, pois ela saiu de sua barriga.
Para Ana e seu marido, Kôral também é amada como filha, pois como dizem suas palavras, eles são capazes de matar e morrer por ela.
Todos os anos, Ana prepara com apreço a festinha de aniversário de Kôral e convida todos os seus amiguinhos da vizinhança.
Há algum tempo, tentou conseguir adotar a menina. Mas a burocracia a impediu, pois a mãe está viva, embora desaparecida e para que ela consiga a adoção, deve passar por todos os processos e a menina teria que ficar em um orfanato por um tempo.
“Deus me livre! De jeito nenhum!” – eles disseram. Não querem que a menina passe um dia sequer em um orfanato.
O problema com a burocracia começou quando precisaram viajar. Tinham muito medo que tivessem problemas, pois a certidão de nascimento, único documento deixado pela mãe, não dava direitos ao casal de viajar com a criança.
Foi um sufoco, conta Michelle. Seus pais viajaram com um monte de dinheiro no bolso, preparados para pagar a qualquer guarda ou policial que pedisse os documentos da criança. Ana disse que se a pegassem, ela não ia desgrudar da menina, que iria ande ela estivesse.
Por sorte nada aconteceu nas viagens. Mas o problema persistiu quando Ana quis matricular Kôral na escola. Afinal, ela já tem 6 anos. Como poderia sem documentos que lhe davam a guarda.
Procurou a justiça, mas a burocracia é a mesma. Mas por sorte, conseguiu com um amigo que trabalha na Vara da Infância, um documento dando a guarda provisória para que a menina comece a estudar.
Nesse momento, Ana e seu marido apenas temem que a mãe volte e queira reclamar algum direito. Há dois anos ela não aparece e a menina mal se lembra quem ela é. Mas perante a justiça, ela tem todos os direitos.
Ana e seu marido não conseguem mais imaginar suas vidas sem a presença da Kôral Ela se tornou um membro da família e é muito amada por todos, não apenas pelos pais adotivos.
Quando ouvi Michelle contando a história da Kôral, vi o amor em seus olhos e fiquei muito emocionada com cada detalhe que ela ia me contando.
Nesse mundo tão carente de amor, em que muitas crianças sofrem pelo desafeto dos próprios pais, Ana e seu marido dão um exemplo de amor.
E mais do que isso, a vida nos faz pensar sobre os mistérios de Deus ao agir sobre as coisas.
Imaginem, alguém toca a sua campainha e te dá uma crinaça para você amar;
Essa é uma verdadeira história de amor que compartilho com vocês.
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