É... hoje é um dia nublado. E em dias nublados o inevitável acontece. Nostalgia e emoções à flor da pele.
Me enquadro em todas as definições de complexidade e paradoxos do ser humano (que poderiam também ser chamados de normalidades), mas em dias nublados as coisas se acentuam e se revelam com tamanha e impressionante intensidade. Tinha perdido o hábito de escrever, pois por algum tempo me sentia desconfortável com a exposição. Escrever sobre o que sente é revelar-se entre as linhas e as letras... As vezes é melhor alimentar qualquer imagem de qualquer persona interessante.
Mas as máscaras não me agradam muito... pelo menos não por muito tempo. Nem as minhas, nem as dos outros... coisa cansativa.
As vezes me canso de existir... tenho certa náusea da vida. Literalmente! E a vida é tão bela, tão cheia de maravilhas. Mas existe o “Eu” confuso, o EU que deseja e o EU que trilha esse inevitável caminho para a evolução, para o desenvolvimento e que por isso esse EU sofre.
Falar de sofrimento dá muito pano para maga... não quero me alongar nesse assunto sofrido.
Se a dor existe no desprazer e também no prazer e sei lá mais aonde, poderia então discursar por horas sobre como essa dor habita nos vários âmbitos da minha vida.
E ao pensar nas próximas palavras, eu caio de novo na questão do paradoxo humano. Ainda me pego com essa racionalidade iminente. Uma pseudo racionalidade que tenta a todo custo fazer aquela parte tola da gente entender as coisas (a parte tola, no caso, me refiro ao coração ou a emoção, enfim... a parte que sente involuntariamente ainda que não queiramos sentir).
Me sinto tão ignorante quando paro pra pensar nessas coisas. Caraca! Não entendo quase nada dessa sistemática. Só sei que sinto e sinto que sinto e sinto que não quero sentir o que na verdade quero sentir também... tipo isso.
Não, não me rotule uma pessoa confusa. Esse caos também acontece na sua cabeça, que eu sei! Você só optou, ao contrário de mim, por algum mecanismo eficiente pra dizer pra todo mundo que você é maduro, prático e racional (ou não). Já que ser maduro, pratico e racional (ou bem resolvido – as pessoas adoram dizer que são bem resolvidas sobre qualquer coisa) confere algum status nas relações.
A gente só se vê com o espelho! E o espelho pode ser o outro. E esse outro nos revela também enquanto revelamos o outro.
Mas o triste de quando pensamos em chamar alguém pra conversar sobre algum assunto de que precisamos falar, é antever tudo o que a pessoa vai te dizer. Daí não precisa mais chamar. Converso comigo mesma, então! Já tirei várias provas disso.
Outra coisa triste de quando pensamos em dizer para alguém tudo o que sentimos (em relação a essa pessoa), é perceber que essa mesma pessoa não é capaz de compreender o que você sente, mesmo que ela diga que sim (é só pra não parecer insensível), mas o corpo e o olhar da pessoa estão dizendo pra você que é tudo boiolice sua. :/
Bom, não passei tanto tempo fazendo coach para adentrar no “vitimismo”, na “lambição” de feridas. Mas até que ficar nostálgica é gostoso! (Então, o paradoxo!)
Difícil explicar para algumas pessoas que elas não falam apenas com as palavras. Aliás, as palavras são o que me dizem menos. As pessoas falam com o olhar, com os gestos (principalmente os espontâneos que são mais reveladores) com o corpo e também com o silêncio. Então, não tente me enlouquecer tentando me fazer acreditar em alguma coisa que você está dizendo, mas que não demonstra em nenhuma de suas atitudes, gestos e olhares.
Eu não vou acreditar, mas vou ficar querendo acreditar, já que adoro acreditar nas pessoas, principalmente que elas são legais e estão cheias de boas intenções.
Então, é o “ó” quanto percebemos tudo isso, esclarecemos tudo na nossa cabeça, mas o resto de nós demora a compreender.
Enfim, adoro começar uma ideia e não me sentir na obrigação de concluir... Tenho que ir. Não vou prometer voltar em breve, mas vou tentar.
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