Eu não sou pedagoga. Mas sou mãe de uma criança em
fase escolar. Uma coisa que tenho observado desde que a Sofia começou a ir para
a escola aqui na Itália é que, em relação ao método das escolas que ela estudou
no Brasil, ela se identificou mais com o método dito tradicional. Sabe, aquele
que algumas pedagogas no Brasil consideram tortura! Pois é... eu tenho várias
críticas a organização da escola aqui, que de fato estão aquém das minhas
expectativas, mas até o momento não tenho do que reclamar do método.
Certa vez, quando ela estava sendo alfabetizada,
ainda no Brasil, enquanto fazíamos a lição de casa, Sofia me vem com uma ideia
que me deixou surpresa. Ela estava estudando português e confusa sobre a grafia
de umas palavras me disse: Que irritante isso, mãe Nine! Podia ser
assim: "Ba-be-bi-bo-bu"!!!
No contexto, ela estava se referindo à metodologia
utilizada na maioria das escolas no Brasil para o letramento. Ela queria
estruturar as suas ideias na cabeça e estava sentindo dificuldade de fazer isso
devido ao método que tinha aprendido a ler. Eu aprendi a ler e a escrever no
método "ba-be-bi-bo-bu" e não tenho queixas dele! Pois consegui
deduzir a formação da maioria das sílabas simples a partir desse primeiro
exemplo.
De fato eu estava achando realmente muito estranho
uma criança com tanta aptidão para a linguagem ter dificuldades para ler e
escrever (aos dois anos de idade ela se comunicava como uma criança de 5!). E
não apenas isso, ela estava indisposta a aprender e isso me preocupava um
pouco.
Então um dia tive a ideia de propor a ela um
exercício para trabalhar com a formação de sílabas simples com todas as letras
do alfabeto e depois escrever palavras que iniciassem com cada uma dessas
sílabas. Aparentemente é uma tarefa muito chata, mas ela se dedicou com muito
afinco até o fim. Foi aí que entendi o que estava se passando!
Chegando aqui, eu já imaginava que o método seria
aquele que no Brasil consideram tradicional. E como eu esperava, ela se adaptou
super bem!
Os professores passam quilos de tarefas e ainda
deram um livro do ano passado para ela treinar as palavras e
aprender nomes de objetos em Italiano. Ela está tão dedicada que dá gosto de
ver!
No caderno, ela precisa copiar várias vezes as
mesmas palavras e, sem reclamar, ela faz todas as cópias e pergunta a tradução delas.
Os cadernos que a escola utiliza são adaptados para
cada série. O que muda são as linhas. No caso do 3º ano as linhas são aquelas
do caderno de caligrafia. A letra dela está uma coisa linda! Ela não teve
dificuldade para se adaptar à caligrafia, pois desde o ano passado eu já vinha
treinando com ela em casa. E desde o início do ano, estávamos fazendo
homeschooling e a caligrafia fazia parte do cronograma.
Ela também usa cadernos que são para o 4º ano, que
são aqueles que nós conhecemos com as linhas normais.
E para matemática ela usa aquele quadriculadinho.
Eu adoro o quadriculado!!! Comprei até um pra mim!
Também tem uma coisa engraçada, que usam no colégio
dela, que são as cores dos cadernos. As disciplinas são identificadas por
cores. No início eu achei estranho ela dizendo que a professora pediu para ela
levar um caderno branco. Achei que fosse um tipo de caderno chamado branco
(rsrsrs), más não, era a cor da capa mesmo!
Ela começou a estudar a mais ou menos um mês e
pulou do nível 1 ao nível 6 na comunicação em Italiano. Não só fala, como
escreve.
Tirando a parte do Italiano, se fosse em português
eu também diria que seu crescimento no campo pedagógico e autonomia pularam do
nível 4 para o nível 8. Impressionante! No Brasil era uma guerra estudar com a
Sofia e agora ela demonstra bastante entusiasmo com as lições de casa.
As queixas que eu tinha em relação a escola
permanecem, pois estão no âmbito da organização e da comida (que ela reclama
diariamente). Mas ela estava com tanta vontade de interagir e de fazer novos
amigos que esses problemas ficaram pequenos para minha pequena guerreira!
Uma outra coisa que me deixou bastante feliz foi
que após uma longa saga para conseguirmos conversar com os professores e a
coordenadora, criamos um certo vínculo e os professores estão super empenhados
na adaptação dela. Um professor em especial está fazendo um intercâmbio de
cultura entre os colegas de diversas nacionalidades que estão na turma dela. Tem
criança da Romênia, do Egito, do Japão, da França... todos na mesma sala. Vez
ou outra eles fazem a troca intercultural. Isso eu considero de uma riqueza
inominável.
Ainda em relação ao método, não estou aqui emitindo um julgamento a respeito de qual metodologia é melhor ou pior. Só posso dizer que para a Sofia, esse método deu mais certo que o que tínhamos no Brasil. Quando vamos praticar a leitura percebo que ela tem um péssimo hábito de tentar deduzir as palavras que está lendo. Ela lê as primeiras sílabas e tenta deduzir o restante. Mas não funciona em Italiano por que ela ainda está aprendendo as palavras. Tenho que constantemente pedir para ela ler todas as sílabas.
Ainda em relação ao método, não estou aqui emitindo um julgamento a respeito de qual metodologia é melhor ou pior. Só posso dizer que para a Sofia, esse método deu mais certo que o que tínhamos no Brasil. Quando vamos praticar a leitura percebo que ela tem um péssimo hábito de tentar deduzir as palavras que está lendo. Ela lê as primeiras sílabas e tenta deduzir o restante. Mas não funciona em Italiano por que ela ainda está aprendendo as palavras. Tenho que constantemente pedir para ela ler todas as sílabas.
Fico feliz por poder partilhar, espero que seja
útil para as famílias que estão de mudança pra cá com seus pimpolhos.
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